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domingo, 29 de julho de 2012

8º Capítulo


Nem 5 segundos se passaram e toda a família de Débora, Alice, Josh e Kevin, já se encontravam na sala.
- OH MEU DEUS! Zayn o que é se passou?! – perguntou Alice escandalizada  enquanto digitava o número de emergência – Josh, tira o Kevin daqui! JÁ! – Josh sem pensar, obedeceu, tirando o pequeno Kevin que olhava assustado e com lágrimas nos olhos para a irmã, e levando-a para a cozinha.
Após ter chamado a ambulância, Alice assustada, pediu a Zayn que pousa-se Débora no sofá, mas ele não queria, ele estava traumatizado, e queria protege-la, queria tê-la nos seus braços e sentir que nada pior poderia acontecer com ela. Queria sentir a sua respiração junto ao seu corpo e saber que ela ainda estava viva.
- Mas, conta-me Zayn, o que é que aconteceu?! – pediu Alice desesperada mexendo e remexendo no cabelo e aproximando-se da sua filha que permanecia inanimada no colo de Zayn.
- Eu bati a porta e ela não respondia. Ouvia choros e gemidos de dor mas de repente deixei de ouvir e então decidi arrombar a porta. Entrei e encontrei deitada no chão, assim, desacordada…e com uma tesoura na mão. – disse e começou a chorar mais ao relembrar-se da cena.
- Oh meu deus! Ao ponto que chegámos! A minha menina! Que mal fiz eu a deus para merecer isto?! – atirava Alice desesperada e a chorar. Ela mal conseguia encarar a sua filha ali, naquele estado.
- A ambulância está a demorar muito tempo e ela está a perder muito sangue! – gritava Zayn exausto e a perder todas as forças que tinha – Debby amor, não me deixes por favor! – pedia olhando para o rosto sem expressão da melhor amiga.
- Não digas uma coisa dessas Zayn, por amor de deus! – pediu-lhe Alice cada vez mais desgastada.
Passados poucos segundos, ouviram as sirenes da ambulância e suspiraram. Depressa Alice correu para abrir a porta e Zayn seguiu atrás dela com Débora nos braços. Foram em direcção da ambulância.
- Boa tarde. É esta menina a paciente? – perguntou um dos paramédicos que se preparava para tirar a maca de dentro do veiculo.
- É sim! – respondeu Zayn exasperado.
- O que aconteceu com ela? – perguntou fazendo sinal a Zayn para que a pousa-se na maca cuidadosamente.
- Cortou-se com uma tesoura e perdeu os sentidos. Ela está a perder muito sangue.
- Vamos despachar-nos. – disse empurrando a maca que transportava Débora, para dentro da ambulância – qual dos dois nos acompanha.
- Alice, prefere ir você? – perguntou-lhe Zayn.
- Vai tu meu querido. Eu vou mesmo atrás de carro com o meu marido. Será que poderíamos deixar o Kevin com a tua mãe?
- Claro que podem, passem por lá e deixem-no, ele que brinque com a Saffa ou assim. Eu mando mensagem à minha mãe a avisar. Bem, tenho que ir. – disse entrando na ambulância rapidamente.
- Vai meu querido, ela precisa de ti.
Os paramédicos fecharam a porta da ambulância e pregaram a fundo.
Dentro do veiculo, os paramédicos tratavam de Débora, pondo-a a soro e estancado os seus golpes com ligaduras, enquanto Zayn em pé ao seu lado, cheio de nervos.
- Porque é que ela não acorda? – perguntou preocupado.
- Tenha calma, nós agora também lhe demos uma espécie de anestesia para quando chegarmos ao hospital podermos logo cozê-la. Teve sorte em ter sido na horizontal, porque se os cortes tivessem sido na vertical teria sido fatal. – explicou-lhe e Zayn sentiu-se mais aliviado.
Passados uns cinco minutos de caminho, e estavam no hospital.
Abriram a porta da ambulância, transportaram a maca onde Débora permanecia deitada para fora do veiculo e Zayn seguiu-os enquanto entravam para dentro do hospital.
- Mulher, 16 anos, cortes profundos nos pulsos, mas na horizontal e encontrava-se inanimada! – gritou o paramédico que empurrava a maca de Débora.
- Porta das urgências! – apontou um dos médicos que se encontrava no edifício.
- Aqui já não podes entrar rapaz, vais ter que esperar ali na sala de espera. – disse o paramédico a Zayn.
- Mas…
- Mas nada, não podes. Deixa-nos fazer o nosso trabalho, em breve traremos noticias da tua namorada. – disse arrogante entrou para as urgências.
- Ela não é minha…namorada…- disse baixinho.
Então, cabisbaixo, Zayn seguiu em direcção à sala de espera e sentou-se numa cadeira. Lembrou-se de ligar à mãe.
- Estou?! Mãe?! Sim…não…estou no hospital com a Débora. Não mãe, eu não sei, mas eu só espero que ela fique bem. É uma longa história eu depois conto-te. Mas olha, a Alice vai passar por ai não tarda muito para deixar ai o Kevin, pode ser? Ok mãe. É que eles vêm para cá para o hospital. Sim, eu quando tiver novidades ligo-te logo. E sim, eu conto-te tudo mais tarde.
Após desligar a chamada da mãe, Zayn guardou o telemóvel no bolso e atirou a cabeça para trás. Ele estava cansado, frustrado, confuso e acima de tudo assustado. Que raio se havia passado na cabeça dela para fazer uma coisa daquelas? Ele não compreendia e isso era uma coisa que o deixava super assustado. Agora, mais do que nunca ele estava com medo, com um enorme medo de a perder, agora e para sempre.
Uns 15 minutos de espera, Alice e Josh apareceram rompendo pela porta do hospital.
- Onde está ela?! – perguntou Alice aflita a Zayn.
- Levaram-na para as urgências. Felizmente, os paramédicos disseram que como foi na horizontal não foi muito grave, se fosse na vertical poderia ter sido fatal. – explicou-lhe Zayn.
- Eu muito sinceramente gostava de saber oque se anda a passar na cabeça daquela rapariga. Primeiro, nunca come nada de jeito, depois responde-nos mal e agora isto? – disse Josh.
- Talvez a culpa seja sua, seu bruto…- pensou Zayn para si.
- Há quanto tempo é que ela entrou? – perguntou Alice.
- Mais ou menos uns quinze minutos atrás. Na ambulância o paramédico disse-me que vão ter que cozê-la.
- Coitadinha da minha menina.
Alice e Josh sentaram-se junto a Zayn e juntos esperaram por noticias.
Meia hora depois, o médico que havia acompanhado Débora veio ter com eles.
- Muito boa tarde. São os pais da Débora? – perguntou-lhes.
- Sim, somos sim. – respondeu Alice levantando-se num ápice.
- Bem, os cortes estavam feios, mas felizmente conseguimos cozer e agora ela só precisa de repouso. Perdeu um pouco de sangue, mas nada de grave, ela desmaiou por causa da dor. Mas, há ainda algo que quero falar convosco…
- Diga doutor. – pediu Alice. Josh e Zayn mantinham-se perto para ouvir tudo com muita atenção.
- Foi ela que se cortou?
- Sim…- desta vez, foi Zayn quem respondeu.
- Não foi a primeira vez.
- Já era de espera…então, é isto que ela fazia cada vez que ia para a casa de banho e ficava lá trancada durante tempos.
- Como é que nós nunca demos por nada? – intrigou-se Josh.
- Ela tem aquele monte de pulseiras nos braços para disfarçar. – recordou-se Zayn.
- Não desconfiam porque fará ela isto?
- Na verdade…eu não sei, mas ela só se enfia na casa de banho assim, cada vez que come alguma coisa de jeito…ela está sempre com a mania que está gorda e coisas do género.
- Então foi isso…ela corta-se para sentir a dor física e tentar esquecer a dor psicológica que sente ao ver, pensar que está cada vez mais gorda e tudo o resto que a afecta…
- Oh meu deus, isso é horrível!
- Pois é minha senhora, mas é a realidade. Hoje em dia, existem muitos casos destes. Não gostaria que a sua filha fosse acompanhada por um psicólogo?
- Eu não sei…- respondeu Alice mas foi interrompida.
- Tem que se pagar? – Josh perguntou apressadamente.
- Não se for aqui no hospital.
- Então acho que é melhor, se não qualquer dia essa miúda ainda se mata.
- Josh cala-te!
Zayn teve-se que se controlar o mais que pode depois de ouvir aquilo. Enojava-o a maneira como aquele homem falava dela. Como é que ele podia dizer uma coisa daquelas e falar assim, com toda aquela arrogância da sua própria filha? Ele não era assim…aquele não era o Josh que Zayn havia conhecido há 5 anos atrás. Era como se, aquele senhor simpático e gentil que havia conhecido, se tivesse tornado num monstro bruto e insensível.
- Josh nós primeiro temos que falar com ela, não podemos decidir nada sem a Débora. – disse Alice.
- Exacto, concordo consigo. – afirmou Zayn.
- Rapaz, tu aqui não tens que concordar ou discordar com nada. Não fazes parte da família. Aqui o pai sou eu, eu é que mando. – respondeu apontando-lhe o dedo.
Zayn tentou manter-se calmo e conter toda a raiva que sentia naquele momento, então preferiu ficar calado. Agora ele percebia o que Débora sofria, tadinha da sua menina.
- Então Josh, não precisas de falar assim com o rapaz…- disse calmamente Alice.
O jovem notava um pouco de receio por parte de Alice ao falar com o marido, como se ela tivesse medo que ela a magoa-se.
- Eu falo como eu quiser mulher…mas sim, tudo bem…falemos então com ela primeiro…
- Muito bem, então. –pronunciou-se o médico pela primeira vez em tanto tempo.
- Quando é que a podemos ver, doutor? –perguntou Zayn ansioso.
- Acho que agora, mas tem que ser um de cada vez. Ela não está num quarto sozinha, existem mais pacientes lá e depois geraria uma grande confusão. Quem vem primeiro?
- Posso ir? - perguntaram Alice e Zayn ao mesmo tempo.
- Vá você Alice, afinal de contas, você é a mãe, desculpe. – disse Zayn gentilmente.
- Esperem…és o Zayn? – perguntou o médico.
- Sim, sou…mas, como sabe o meu nome?
- É que ela assim que acordou, foi a primeira coisa que disse, Zayn.
Ao ouvir aquelas palavras saídas da boca do médico, Zayn sentiu-se estranho, sentiu algo a sobrevoar sob o seu estomago, mas algo que o fazia sentir-se bem.
- Deixa lá Zayn, vai tu…Tenho a certeza que é a ti que ela vai amar ver. Eu vou a seguir meu querido- disse-lhe Alice, sorrindo sincera.
- A sério? É que se quiser eu não me…
- Vai.
E assim, Zayn seguiu atrás do médico, por entre todo aquele labirinto que era o hospital.

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