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domingo, 29 de julho de 2012

6º Capítulo


Débora saiu de casa apressada, os seus olhos estavam cheios de lágrimas, lágrimas que pareciam infinitas. Ela não podia acreditar que aquele era o dia, era o dia em que se tinha que despedir dele, em que diria adeus e provavelmente o último dia em que via aquela face, aquele rosto, aqueles olhos, aquele nariz, aqueles lábios perfeitos que tinham um gosto mais do que maravilhoso. Com toda a certeza ele não lhe iria dirigir a palavra, ele não iria querer falar com ela nunca mais depois de ela lhe ter dito que ia embora, que o iria abandonar, mas ainda assim ela foi ter com ele decidida a despedir-se, convicta de que iria ganhar pelo menos um último abraço.
Num passo apressado dirigiu-se a casa de Zayn. Assim que chegou, estafada, tocou à campainha.
Passados poucos segundos alguém veio abrir a porta. Era Patricia.
- Debby! Que surpresa! Entra…- disse-lhe sorrindo mas com uma expressão de olhar triste.
- Ele não quer falar comigo pois não? – perguntou Débora a medo.
- Não sei…experimenta, tentar não custa. Ele está no quarto.
Decidida, Débora subiu as escadas e seguiu em direcção ao quarto que tão bem conhecia.
- Posso entrar? – perguntou batendo à porta.
Não obtendo resposta de volta, abriu a porta e entrou.
Ao entrar, Débora encontrou um Zayn triste, cansado e com os olhos inchados.
- Vai-te embora! – gritou ao olhá-la triste mas enraivecido.
- Não Zayn, eu não me vou embora sem me despedir de ti…- disse aproximando-se dele, enquanto os seus olhos voltavam a encher-se de lágrimas.
- Despedir?! DESPEDIR?! Eu já disse…VAI-TE EMBORA!?!
- Mas porquê Zayn?! PORQUÊ?! Eu não tenho culpa! NÃO TENHO! NÃO TENHO! Não tenho…não tenho…- disse agora sem conseguir conter todo o seu sofrimento. Tentou tocar-lhe no rosto mas ele não deixou, afastando-se num movimento brusco.
- NÃO TENS?! NÃO TENS?! TU ABANDONAS-TE-ME! TU VAIS ABANDONAR-ME!
- MAS A CULPA NÃO É…
- CALA-TE! VAI-TE EMBORA! JÁ DISSE!
- EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU SEM ME DESPEDIR DE TI! EU AMO-TE!
- SAI! TU PARA MIM MORRES-TE!! – Gritou quase em cima da sua cara.
MORRES-TE…MORRES-TE…MORRES-TE…MORRES-TE…E aquela palavra continuou a ecoar na cabeça de Débora como uma bala que atinge o seu coração a 1000 km à hora. Débora sentiu o seu coração a acelerar mais, mais, mais e mais até que num movimento brusco parou.
- NÃOOOOOOOOOOOO! NÃOOOOOOOOOO! Não…não…não! – gritou Débora acordando do maior pesadelo que tivera em toda a sua vida. Toda a sua cara estava lavada em lágrimas.
- Amor o que é que se passou? Porque é que gritaste filha? – perguntou Alice entrando de rompante no quarto de Débora.
Esta, depressa se levantou da cama e enxugou as lágrimas. Felizmente tinha sido apenas um pesadelo, mas um pesadelo que se poderia vir a tornar realidade.
- Nada mãe…foi apenas um…pesadelo, só isso. – respondeu forçando um sorriso.
- Assustas-me filha. E, estavas a dormir vestida com a roupa de dia?
- Estava cansada mãe, deixei-me dormir.
- Tudo bem minha querida, agora vê se vais vestir o pijama e descansas. – disse, depositou-lhe um beijo na testa e quando ia para sair do quarto Débora chamou-a.
- Mãe…nós vamos mesmo…ter que ir para Portugal? – perguntou receosa, mesmo já esperando a resposta.
- Temo que sim meu amor, é o melhor para todos.
- Para todos? Para todos mãe?! O pai não sabe o que é o melhor para todos! Ele só está a pensar nele!
- Não fales assim do teu pai Débora Cristina.
- Mas mãe…eu não quero ir, nem eu nem o Kevin!
- Mas tem que ser meu amor, o teu pai precisa de emprego.
- Mas ele pode muito bem arranjar um novo emprego aqui!
- Mas lá ele tem família e não vamos gastar tanto dinheiro em despesas porque vamos alugar a casa um tio do teu pai. Vá, e já chega desta conversa, hoje já houve discussões que chegassem, vai dormir que amanhã é um novo dia. – afirmou e saiu.
Mais uma vez e já não era novidade nenhuma, Débora descaiu-se num pranto. Ela uma rapariga super sensível, e no estado em que estava, qualquer coisa a deitaria a baixo.
Pegou no telemóvel e sem pensar escreveu “ Era só para dizer mais uma vez que Te Amo! Obrigada por tudo”, digitou o número que tão bem conhecia e enviou a mensagem.
Pousou o dispositivo movél em cima da mesinha de cabeceira e dirigiu-se para a casa de banho. Fez a sua higiene pessoal e vestiu o pijama.
Já de regresso ao quarto, ouviu o telemóvel vibrar e um pequeno sorriso apaixonado se instalou no seu rosto. Uma nova mensagem de Zayn Malik. Sentindo borboletas no estomago e um grande nó na garganta, Débora carregou no botão abrir.
“ Também te Amo feia <3 E não agradeças, sempre ouvi dizer que a amizade não se agradece! Nunca me deixes! Xx”
A última frase fez Débora engolir em seco. Parecia que ele lia pensamentos.
Com as mãos a tremer, começou a digitar.
“Ahah, que amável. Nunca te vou deixar seu gordo! Xx”
- Mentirosa, Débora! Mentirosa! – gritou consigo própria.
Obviamente que ela o ia deixar, não por vontade própria, mas sim por obrigação. A pobre jovem, sentia-se cada vez pior, parecia que a cada segundo uma parte do seu mundo se desmoronava, então cansada e farta de tudo, decidiu ir dormir, ou pelo menos tentar dormir como deve de ser.

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