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domingo, 29 de julho de 2012

11º Capítulo


Zayn encontrava-se claramente confuso. Primeiro, havia visto Josh sair furioso e minutos depois, vira Alice vir na sua direcção, completamente calma e tranquila.
- Bem, Zayn meu querido, parece que por esta noite és tu a companhia da minha filha – disse sorrindo – Portem-se bem e cuida bem dela, sim?
- Sempre dona Alice, eu Amo a sua filha, é como um irmã para mim. – afirmou.
- Então, até amanhã, estarei cá logo de manhã para vos vir buscar.  – depositou-lhe um beijo na face e foi embora.
Após Alice sair, Zayn dirigiu-se para o quarto onde Débora se encontrava. Entrou, e todos os doentes que lá estavam, já tinham as cortinas à sua volta fechadas.
-  Parece que os conseguiste convencer. – disse ele quando chegou ao pé dela.
- É…foi fácil…- mentiu, pois não queria contar que o pai lhe havia batido, apesar de ter ficado com a cara marcada.
- A sério? É que o teu pai saiu furioso…
- Pois, já sabes como ele é…mas convenci a minha mãe…
- Ainda bem. Queres que feche as cortinas?
- Sim, por favor.
Zayn levantou-se e fechou as cortinas. Em seguida, sentou-se ao lado dela, á beira da cama.
- Como te sentes? – perguntou enquanto segurava numa mexa de cabelo dela que estava em frente aos seus olhos e punha delicadamente atrás da sua orelha.
- Bem…acho eu…
- Tu és tão parva, mas eu gosto tanto de ti…- ele disse da maneira mais normal possível.
- Porquê?
- Porque és…- beliscou-lhe o nariz.
- Não é isso…porque é que gostas de mim?
- Isso não é pergunta que se faça Debs…Não existe simplesmente uma razão, não é uma coisa que se explique, é uma coisa que se sente. – respondeu, simplesmente.
- És lindo, sabias?
- Sabia. – afirmou fazendo ar de convencido.
- És mesmo otário…
- Olha quem fala! – gritou sem querer.
- Shiuu, Zayn olha os outros doentes…- disse ela a rir-se baixinho.
- Ups, esqueci-me ahahaha.
- Esquecido, mais uma para a lista.
- Ui, vê lá se queres que comece aqui a fazer uma listas das coisas que tu és.
- Está mas é calado. – deu-lhe um leve empurrão no braço, fazendo com que ele se desequilibra-se e quase cai.se, a sua sorte, foi ela o ter puxado para si. Mas, Débora puxou-o com demasiada força, demasiada força para que Zayn quase cai-se para cima de si, demasiada força para que os seus rostos ficassem praticamente colados.
Débora podia jurar que estava a viver um déjà-vu, pois as suas testas estavam coladas, assim os seus narizes e os lábios, os lábios estavam a milímetros de distâncias.
“O que é que estás a fazer Zayn?” dizia a sua própria consciência “Ela está demasiado perto…estou a ficar sem forças…não vou conseguir resistir” pensou e em seguida, sem sequer se dar conta, colou os seus lábios nos dela num beijo profundo.
- Des-desculpa…- pronunciou embaraçado e ofegante, após terem parado o beijo.
- Não…faz mal…afinal de contas nós sempre demos beijos na boca. – tentou Débora disfarçar.
- Debs…sabes perfeitamente que isto foi diferente…
- Porquê?
- Os beijos que nós dávamos eram em forma de carinho, simbolizavam a nossa amizade, eram beijos de ternura como se fossemos irmãos, não como estes beijos…
- Mas Zayn…
- Estamos diferentes…
-Não estamos nada Zayn, não digas isso. Nada mudou, somos os mesmo…Amo-te como um irmão…- o coração de Zayn doeu ao ouvir aquilo tanto quando o dela doeu ao dizê-lo – Este beijo e outro noutro dia na tua casa, foram simplesmente, coisas do momento, pequenas tentações de adolescentes, mais nada…
- É…acho que tens razão…- Zayn disse com um pingo de desilusão na voz.
Um silêncio constrangedor se fez naquele quarto. Zayn por momentos, tivera um pingo de esperança, um pingo de esperança que ela na verdade sentisse por ele aquilo que ele estava a sentir por ela, mas pelos vistos enganara-se.
Aquele momento havia sido constrangedor o suficiente para fazer com que os dois não trocassem uma única palavra para o resto da noite. Zayn acabou por adormecer, com a cabeça no peito de Débora.
Débora não aguentou e começou a chorar desesperadamente, tinha muita coisa presa, tinha muitas emoções entaladas e sobretudo mentiras, mentiras que acabara de contar para Zayn. Nunca pensara ter que mentir para ele, não sobre aquilo, não para vê-lo sofrer. Partia-se-lhe o coração por lhe ter mentido. Ela amava-o, amava-o tanto mas tanto, que tinha que o fazer. Iria ser muito mais difícil se ela tivesse admitido aquilo que na verdade sempre sentira por ele, iria ser muito mais doloroso na despedida, para ela, para ele, para ambos.   

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