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sábado, 8 de junho de 2013

37º Capítulo


Não! Não! Não, Não, Não e NÃO! Não podia ser! Aquele dia não podia ter simplesmente chegado, não assim, não tão depressa, não tão inesperadamente! Como assim ela iria abandoná-lo em menos de vinte e quatro horas? COMO ASSIM?
Havia-se passado pouco mais de uma semana desde que Zayn e a sua banda voltaram de Espanha e raramente Débora e ele estiveram juntos nesse tempo. Não por causa de Geneva, pelo menos não inteiramente, mas sim porque aquele dia, era o dia do primeiro live show, um grande dia. Mas não só…aquele dia, também era o dia que Débora recebia mais uma grande e terrível noticia.
Naquela manhã a jovem acordara com o som estridente do telefone de casa tocar, algo raro e estranho de acontecer, a não ser que fossem más noticias, ou então o seu pai. Exactamente, o seu pai ligara de Portugal a dizer que a viagem de Débora, Kevin e Alice fora adiantada e se realizaria já no dia seguinte. O coração da jovem estava prestes a saltar-lhe pelo peito, assim como todos os seus órgãos. Aquilo não podia, simplesmente não podia estar a acontecer, não com ela. Aquilo não era justo…a vida não era justa…nunca fora justa com ela.
Após Alice lhe contar aquela temível noticia, Débora gritara, Débora sufocara, Débora chorara, Débora até rira de raiva até correr e mais uma vez se trancar no seu quarto.
Estava perdida, agora sim estava completamente perdida. O que diria ela para Zayn? O que diria ela para Zayn naquele dia tão especial para ele, naquele dia tão importante? Ela não podia simplesmente fazer-lhe aquilo, não naquele dia, não daquela maneira! Mas…mas também, talvez Zayn já nem se importasse mais, talvez Zayn estivesse mais preocupado e ocupado com a sua carreira e com Geneva e talvez nem se importasse, talvez nem fosse sentir a sua falta. Quem sabe até, se talvez aquilo tudo não fosse melhor para ele? Mas e para ela? Ninguém se importava o que seria ou não melhor para ela, tudo parecia estar contra Débora e nada acontecia a seu favor.
Aquela jovem amava-o tanto que chegava a doer. Ele podia até não se importar mais com ela, podia até não lhe telefonar ou contactá-la tanto como antes, mas ele merecia, ele merecia uma explicação, uma justificação para o abandono que ela estava prestes a fazer. Não era justo!
Lavada em lágrimas que a consumiam cada vez mais, Débora agarrou num pedaço de papel, numa caneta e começou a escrever aquilo que sentia.
“ Esperei dias a fios, esperei a tentar acreditar que tudo isto era uma mentira, que nada disto estava prestes a acontecer. Aqui estou eu que nem uma parva, a despedir-me de ti, a despedir-me de ti por uma carta. Irónico, não? Sei que provavelmente nunca mais me vais querer olhar na cara, sei também que fui uma enorme cobarde durante todo este tempo por não te ter dito nada, mas eu não conseguia, eu simplesmente não conseguia encarar o facto que estava prestes a perder-te, que estava prestes a ficar sem ti aquele que sempre mais me apoiou aquele que sempre esteve cá. E agora, agora estou aqui, a escrever-te esta carta com esperanças que tu pelo menos toques nela e sintas o húmido das minhas lágrimas que caiem em força neste momento. Não espero que me vás desculpar, eu própria nunca me desculparia, mas espero que pelo menos tentes compreender que a escolha não foi minha, não me foi dada nenhuma opção. Por fim gostava de finalmente admitir o quanto significas para mim…Sempre me viste como uma irmã e sempre pensaste que eu te via assim mas a verdade é que eu sempre te amei, mas sempre te amei de uma maneira diferente. Sempre senti o meu estomago revirar-se a cada palavra tua, sempre senti a minha cabeça girar em círculos contínuos a cada sorriso teu, sempre me senti uma tola apaixonada a cada movimento teu. Espero que saibas que vou partir, mas vou partir deixando o meu coração para trás, contigo, entregue nas tuas mãos e desfeito em mil pedacinhos. Mesmo estando longe poderás curá-lo um dia. Gostava de te ter dado o mundo mas o mundo nunca seria o suficientemente grande para suportar os meus sentimentos por ti. Quero ainda dizer-te que tudo o que fiz foi por ti, todas as mentiras que disse, ou as verdades que não te contei, foi tudo por ti.
Assim me despeço meu Zayn, meu melhor amigo, meu herói, meu…”irmão”.
Amo-Te!

Beijos da…tua…Debs xx”
E assim, mais uma vez devastada e lavada em lágrimas, Débora terminou de escrever aquela carta que talvez pudesse acabar com Zayn, com o seu mundo.
Estava completamente um vácuo, todo o seu corpo era um corpo vazio, pois a jovem sentia-se sem alma. Em menos de vinte e quatro horas embarcaria para Portugal e deixaria tudo para trás, deixaria Zayn para trás…E Patrícia…Patrícia!
-Oh meu deus! – a jovem exclamou de repente ao lembrar-se de que ainda não havia avisado a amiga de tal mudança de planos. Patrícia sim, essa jovem sim ficaria tão devastada quanto Débora.
A casa dos Malik estava uma tremenda confusão, pois todos andavam de um lado para o outro. Era um grande dia para aquela família. Estavam todos muito nervosos, ansiosos e principalmente orgulhosos daquele jovem que tão bem e ao mesmo tempo tão mal fazia ao pobre coração de Débora.
Patrícia estava a acabar de por a mesa para o almoço, quando o seu telemóvel tocou. Limpou as mãos da loiça molhada e olhou o visor. Débora.
- Hey Debs! Está tudo bem? – A jovem perguntou animada mas assim que não obteve resposta alguma por parte de Débora, logo ficou preocupada – Débora? Debs? Estás ai?
- Pathy…eu…preciso de ti! – a jovem disse soluçando freneticamente deixando Patrícia mais preocupada.
- Débora está a preocupar-me seriamente! O que é que o meu irmão aprontou?
- Não! Ele não fez nada! Na verdade…sou eu que lhe vou fazer…
- Estás a assustar-me Débora! O que vais fazer?
- O meu pai ligou para cá esta manhã…vou ter que ir para Portugal…amanhã de manhã!
Ao ouvir tais palavras, foi como se o cérebro de Patrícia congelasse por breves instantes e o seu coração se apertasse. Como assim ela ia embora tão cedo? E ela? E…e o Zayn?
-Qua…Quando lhe vais contar? – Patrícia perguntou receosa.
-Eu…eu escrevi-lhe uma carta.
-Ele vai ficar a saber que te vais embora…por uma carta? – Patrícia perguntou séria. Não podia negar, naquele momento sentiu repulsa de Débora. Ela não podia fazer aquilo com o seu irmão, não podia mesmo.
- Queres que faça o quê? Que chegue no dia do seu primeiro live show e diga: Olha Zayn era só para dizer que te amo e que bem…em menos de vinte quatro horas me vou embora para Portugal e bem…hum…Para SEMPRE!
Bem, agora que Débora dizia aquilo, Patrícia sentia-se culpada por a ter julgado mentalmente. A jovem tinha razão, não podia estragar aquele dia ao seu irmão, não assim.
- Quando lhe vais dar a carta?
- Talvez esta noite...na after-party logo após o programa, mas peço-lhe que apenas a leia em casa, quando estiver sozinho.
-Aff…ele vai sofrer tanto Debs…- Patrícia não pôde evitar que lágrimas brotassem dos seus olhos.
-Ai Pahty…vou desligar…eu preciso de ficar sozinha…preciso de…pensar. Adoro-te. Beijos, até logo. – afirmou, desligou a chamada e caiu mais uma vez num pranto.
Patrícia não ficou muito diferente, pois para além de Débora ser como uma irmã para ela, o seu irmão gémeo iria sofrer muito e ela não iria aguentar, não iria suportar vê-lo assim, e para sempre sentir-se-ia culpada por sempre ter sabido de tudo e nunca lhe ter dito nada.
Já na X-House, Zayn encontrava-se a preparar-se para a grande noite juntamente com os restantes membros da sua banda. O jovem estava bastante nervoso, ansioso e com medo, medo que algo não corresse bem. Sentia também algo dentro de si que não conseguia explicar. Era um sentimento estranho e preocupante, não era um bom pressentimento, muito pelo contrário. Porém, não achava que fosse algo relacionado com o programa. Seria Débora? Estaria ela a cometer alguma loucura de novo? Estaria ela a magoar-se de novo? Ele pedia com todas as suas forças que não fosse isso. Amava tanto aquela jovem que nem ele sabia explicar. Porém, havia Geneva. Ele gostava dela, gostava muito dela, sentia-se bem com a sua presença e ela fazia-o esquecer de qualquer problema que houvesse à sua volta. Ainda assim, esse sentimento não era o suficiente para o fazer esquecer de Débora, na verdade, nunca nenhum sentimento o faria esquecer-se dela. Zayn sentia-se péssimo por ultimamente mal falar com a sua melhor amiga, sentia-se repugnante por raramente lhe ligar e sabia, ele tinha a certeza que ela se sentia, pois claro que se sentia. Ele sabia o quanto significava para ela e o quanto Débora precisava dele.
-Está tudo bem Malik? – Liam, o seu colega de banda interrompeu-o os seus pensamentos – Estás muito calado.
- Ahm… sim, está tudo bem. Estava só a…pensar. – afirmou confuso.
- Na Débora…- Liam não perguntou, o jovem simplesmente afirmou, deixando Zayn completamente sem jeito.
- C…como?
-Eu não sou parvo e realmente só um cego é que não enxerga isso. Tu gostas dela.
- Claro que gosto, eu Amo-a, ela é como uma irmã para mim.
- Sabes perfeitamente que não é disso que estou a falar. E o sentimento que tens por ele está muito longe de ser como uma irmã. Os teus olhos denunciam tudo quando estás perto dela. Só vos vi perto um do outro naquele dia no aeroporto, mas posso garantir-te que a partir daí se percebeu tudo.
- Não sejas idiota. – Zayn respondeu serio e sem paciência. O jovem não queria ser delicado com o amigo, mas também não achava que ele tivesse algo a ver com a sua vida pessoal ou sobre quem ele gostava ou deixava de gostar. Para além do mais, Débora deixara bem claro naquele dia no hospital que não sentia nada por ele se não um sentimento de irmã, um carinho de melhor amiga.
- Tu lá sabes…mas quem te avisa teu amigo é. Se gostas, corre atrás. Sinceramente, nem sei que fazes com a Geneva, ela é tão…
- Eu Adoro a Gen ok?! E vamos parar por aqui porque eu não me quero chatear contigo Payne! – afirmou num tom de voz elevado e Liam calou-se de imediato.
Zayn sentia-se cada vez mais nervoso e aquele mau pressentimento, aquele nó na garganta, aquele aperto no peito, ficava cada vez mais intenso.
Concentra-te Zayn! Vai correr tudo bem esta noite e nada de mal vai acontecer! É apenas um estúpido pressentimento, nada demais! Pensou para si e logo em seguida voltou a pensar na Débora e nos seus sentimentos. Imbecil! Tu estás com a Geneva e ela faz-te bem! A Débora é a tua melhor amiga, como se fosse uma irmã! Deixou bem claro isso! Esquece-a dessa maneira! Voltou a pensar para consigo e logo em seguida abanou a cabeça numa tentativa frustrada de tirar aqueles pensamentos inúteis da cabeça.