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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

31º Capítulo




Débora acabou de tomar o seu banho relaxante e enrolou-se na toalha. Dirigiu-se para o quarto e ouviu o som da campainha. Fosse lá quem fosse, a sua mãe já havia aberto a porta.
Ia a retirar a toalha do seu corpo, quando ouviu alguém bater à porta do seu quarto.
- Sim? – perguntou ajeitando a toalha.
A porta do seu quarto abriu-se e Débora pôde ver Zayn a entrar sorridente.
- Bom dia alegria! – felicitou-a ele, aproximando-se e abraçando-a apertado.
- Bom dia. Que fazes aqui tão cedo?
- É assim que se recebe o melhor amigo? – Zayn brincou fingindo-se de chateado e quebrando o abraço – Vim pedir-te para passares o dia comigo.
- Porquê? – perguntou sem se dar conta.
- Como porquê? Nunca precisei de motivo para te vir buscar para sairmos.
- Sim, eu sei…mas como agora tens a Geneva. – desabafou por fim.
- Ui, isso é tudo ciúmes? – brincou abraçando-a pela cintura e beijando a sua face.
- Não, claro que não. Só pensei…
- Mas pensaste mal. Tu és a minha menina, eu amo-te e vou sempre amar…irmã. – afirmou, custando-lhe dizer a última palavra, assim como custou a Débora ouvi-la.
- Eu também…
- Então, passas o dia comigo ou não?
- E isso pergunta-se?
- Essa é que é a minha Debs! – gritou contente pegando nela ao colo.
- Zayn põe-me no chão! A toalha vai cair!
- E depois? Não vai mostrar nada que eu nunca tenha visto. – afirmou rindo e pousando-a no chão.
Zayn sentou-se na cama de Débora enquanto ela se vestia.
Apesar de Zayn já a ter visto totalmente nua, Débora sentia-se envergonhada ao estar ali, assim sem qualquer tipo de roupa, enquanto ele a observava da cabeça aos pés.
- Importaste de parar? – Débora pediu-lhe colocando o soutien.
- O quê?
- De me olhar assim!
- Que tem? Estou a apreciar-te, não posso? – brincou, mas a verdade que Débora não sabia, era que ele estava de facto a apreciá-la. – És linda.
- Pára com isso. – disse corando e colocando o resto da roupa.
- Vá, despacha-te para irmos embora. Zayn pediu.
Assim que acabou de se vestir, calçar, pôr desodorizante, perfume e tudo mais, avisaram Alice e saíram.
Como Zayn ainda não tinha carro, tiveram que ir a pé, o que até não era mau, pois para além do tempo estar razoável, também lhes sabia bem passear ao ar livre. Não tinham um lugar especifico para ir, não precisavam de ter, bastava estarem juntos e qualquer local era bom.
Andaram uns três quilómetros a pé e fizeram uma pausa, pois Débora já se encontrava cansada e sem fôlego.
- Então, já cansada pequena? – Zayn perguntou-lhe e Débora abanou a cabeça afirmativamente- Fraquinha! – brincou.
- Fraquinha? Tu também estás ai todo suado. – ela defendeu-se.
- Oh mas isso é porque sou homem e Homem que é Homem soa. – afirmou fazendo ar de machão e Débora riu com tal atitude.
- És tão parvo! – disse rindo, dando-lhe uma pequena chapada no braço.
- Ai, Ai! Já tinha saudades disto. – confessou Zayn sentando-se num banco que se encontrava próximo deles. Fazendo um gesto com a mão, pediu para que Débora se sentasse no seu colo.
- Estou muito pesada Zayn, vou aleijar-te. – ela afirmou aproximando-se dele. Zayn ignorando o comentário daquela que amava, quando viu que ela estava suficientemente perto dele, puxou-a pela cintura e sentou-a no seu colo.
Débora sentiu-se feliz, radiante por de certa forma ele ter aquelas atitudes, pois isso demonstrava o quanto ele gostava dela e que odiava ouvi-la dizer aquelas coisas.
Porém, aquilo que ela dissera, era aquilo que ela achava na realidade. Sentia-se cada vez mais gorda e cada vez mais triste com a sua aparência. Todos os dias se torturava por isso e sofria, sofria muito.
Mas naquele momento, nada disso importava, não agora, não enquanto ela estivesse com ele.
Débora encostou a sua cabeça no peito de Zayn que em seguida começou a fazer-lhe caricias no cabelo e no rosto.
Ambos sentiam imensa falta de momentos como aquela. Alguns minutos naquela posição, bastaram para que ambos entrassem num clima mais quenta e estranho, porém um clima que os fazia sentirem-se bem, muito bem.
O rosto de Zayn começou agora a descer em direcção de Débora, que ao mesmo tempo levantava o seu em direcção ao dele. Quando os seus lábios já se encontravam prestes a tocar-se, Zayn sentiu algo tocar na sua perna e num gesto repentino e assustado, afastou o seu rosto do de Débora, que assustada com tal gesto saiu do seu colo.
- Oh meu deus! Que coisa mais fofa! – ela afirmou ao deparar-se com um pequeno cachorro que apoiava a pata na perna de Zayn e batia a cauda contente.
- Coisa fofa que me pregou um susto! – Zayn confessou rindo e fazendo uma pequena caricia na cabeça do animal que se encolhe para desfrutar do gesto.
- Que andas aqui a fazer sozinho pequenino? – Débora baixou-se e começou a falar com o animal como se ele fosse um bebé.
- Provavelmente foi abandonado ou já nasceu na rua. Dono não deve de ter.- Zayn disse.
- Parece estar faminto. Tens fome, não tens pequenino? – Débora perguntou de  novo com voz de bebé e o cão bateu a cauda – Adorava poder levá-lo para casa.
- Talvez não seja uma má ideia! – Zayn afirmou de repente.
- O quê? A minha mãe não iria deixar , seria mais uma despesa e o Kevin é alérgico ao pêlo.
- Não tonta! Eu, eu posso levá-lo. A minha mãe e irmãs sempre quiseram ter um cão e aposto que o meu pai não se importaria.
- A sério? Isso seria óptimo.
- Sim! Anda, vamos levá-lo até minha casa e falamos com a minha mãe. Quando ela o vir, não conseguirá dizer que não.
Zayn pegou no pequeno cão ao colo, que em seguida lhe lambeu todo o rosto e em seguida, os três seguiram caminho para casa dele.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

30º Capítulo



Assim que fechou a porta de casa, Débora deparou-se com a sua mãe a dormir no sofá. Respirou fundo. Não a queria acordar, mas também não queria deixá-la ali, a dormir numa má posição.
Devagar caminhou até ela e ao de leve tocou-lhe no ombro.
- Mãe. – sussurrou ao ouvido da sua mãe.
- Já chegaste filha. – Alice constatou, abrindo os olhos devagar.
- Sim mãe, já cheguei. Vai para a cama. – Débora afirmou, dando um beijo na testa dela.
- Eu vou já meu amor. Sentes-te bem? – Alice perguntou após ver a filha cambalear.
- Sim mãe, foi só uma tontura, bebi um bocadinho demais. – Débora disse sem pensar.
- Bebeste um bocadinho demais? – Alice perguntou assustada, levantando-se do sofá num pulo – Como assim? Tu nunca bebes, nunca bebeste!
- Eu sei mãe, mas há uma primeira vez para tudo, e hoje apeteceu-me. – afirmou indelicadamente e abandonou a sala, deixando a sua mãe sozinha, assustada e surpreendida no sofá.
Fechou a porta do quarto com força sem sequer pensar que poderia acordar o seu irmão mais novo, que dormia no quarto ao lado.
Dirigiu-se até à sua cama. Levantou o colchão com algum esforço e retirou um x-acto que se encontrava escondido lá debaixo.
Após ter ido parar ao hospital por quase ter posto fim à sua vida, os seus pais esconderam tudo o que pudesse ser perigoso para ela. Mas, o que ninguém sabia, era que ela tinha aquela arma branca ali escondida, já para o caso daquilo acontecer.
Baixou o colchão e sentou-se na cama. Esticou o braço para a frente e abriu o x-acto.
Um corte, uma lágrima, dois cortes, outra lágrima, três cortes e começou a chorar.
Débora sabia que aquilo não estava certo de todo, mas naquele momento, era a única coisa que parecia capaz de parar aquela dor profunda que sentia dentro de si.
Os cortes eram menos profundos que os da última vez, mas um paço em falso, e a sua vida poderia acabar ali. Não que ela não tivesse vontade de acabar com tudo aquilo, mas ainda haviam pessoas que precisavam dela, a sua mãe, o seu irmão, aquele que era o seu principezinho, mas aos seus olhos, aquele que ela tanto amava, já não precisava dela para nada, pois agora tinha Geneva.
Após esse pensamento, um corte um pouco mais profundo seguido por um gemido de dor, surgiu.
A dor ainda não havia passado, nunca iria passar, mas Débora já estava cansada e com sono.
Pousou o x-acto em cima da cama, abriu a gaveta da cómoda e retirou um lenço. Limpou o pouco de sangue que continha nos seus braços e no objecto, voltou a levantar o colchão e escondeu ambas as coisas.
Estava fraca, sem forças, os seus pulsos doíam e a sua cabeça latejava. Sem pensar duas vezes, atirou-se para cima da cama e depressa adormeceu.
Zayn, assim que chegou a casa, mandou uma mensagem a Geneva.

“Olá linda. Só para agradecer e dizer que me diverti imenso esta noite. Temos que repetir e terminar o que estávamos a fazer. Dorme bem, beijo xx”

Apesar do seu coração pertencer a Débora, Zayn não podia negar que Geneva mexia com as suas hormonas. Era bonita, inteligente e divertida, que mais poderia ele pedir? E ao que parecia, ela também estava bem interessada nele.
Na manhã seguinte, Débora acordou com uma tremenda dor de cabeça e uma certa indisposição. Porém, sentia-se mais aliviada, mais relaxada e suave. Tivera um sonho ao qual não sabia explicar, mas fizera-a perceber, que talvez a ida dela para Portugal fosse o melhor para todos, principalmente para Zayn, que assim poderia ficar com Geneva à vontade.
Uma vontade incomum de vomitar apoderou-se dela, fazendo-a levantar-se num ápice e correr para a casa de banho. Sentia-se completamente sem forças e o alívio que antes sentia desaparecera num abrir e fechar de olhos.
A verdade era que não se conseguia imaginar a viver longe dali, longe dele, sem ele…
Não percebia a razão pela qual a vida só lhe proporcionava sofrimento ultimamente, era uma pergunta à qual não obtinha qualquer tipo de resposta. Porém, a vida também não lhe permitia fugir dela.
Debruçou-se sob a pia e tal como na discoteca, deitou todo para fora. Cinco minutos se passaram, e Débora parou, parou para pensar o rumo que a sua vida estava a tomar.
Fosse de que maneira fosse, ela sofria. A seu ver, nada de mal fizera ao mundo para merecer tal coisa. Pensava que talvez o futuro lhe reserva-se algo de bom, algo que ela realmente merecesse.
Levantou-se do chão, despejou o autoclismo e depressa decidiu que estava na altura de tomar um bom banho para relaxar.
Zayn acordou suado e sobressaltado. Tivera um pesadelo durante a noite, um pesadelo terrível e que ele não queria de todo que se tornasse realidade.
Levantou-se da cama e viu o seu telemóvel piscar. Agarrou no dispositivo móvel e no visor pôde ler “Uma nova mensagem de Geneva”.
No seu rosto, formou-se um belo e grandioso sorriso ao lembrar-se da noite anterior. Desbloqueou o telemóvel e leu a mensagem.

“Oi gato. Eu também me diverti imenso. E sim, temos que acabar o que começámos, que tal hoje de tarde? Beijo grande.”

Zayn começou a digitar sem pensar, e iria aceitar o convite sem hesitar, até o pesadelo que tivera lhe vir à cabeça.

“Bom dia. Eu de facto adoraria, mas esta tarde já tenho planos. Peço desculpa, fica para a próxima xx” 
Respondeu, e em seguida ligou para Débora.
Chamou uma vez, duas, três e ela não atendia. Zayn pensou que talvez ela ainda estivesse a dormir.
Decidiu tomar um banho, vestir-se e ir até casa da sua melhor amiga.