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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

38º Capítulo


Aquela tão temível noite para Débora, havia chegado. Não havia mais volta a dar. A jovem encontrava-se junto ao Wall de entrada pronta para sair de casa com a sua mãe e o seu irmão. Iriam os três juntos, como uma verdadeira família, ao primeiro live show do X-factor.
Débora estava uma pilha de nervos e todo o seu corpo tremia, as pernas estavam bambas e sentia que as suas forças poderiam falhar a qualquer momento.
-Estás pronta filha? – Alice perguntou a Débora, enquanto abotoava o casaco de Kevin.
- Nunca vou estar pronta para me despedir dele mãe…- Débora confessou sentindo uma pequena lágrima escorregar pelo seu rosto. Olhou à sua volta e tudo o que viu foram caixas, caixas com todas as suas coisas empacotadas. Mais uma vez sentiu-se vazia.
Na sua pequena bolsa, trazia aquele pedaço de papel que estava ainda húmido, húmido pelas lágrimas que não parou de derramar. Aquele pedaço de papel que seria capaz de destruir o coração de Zayn. Junto com o pedaço de papel, dentro da bolsa, vinha também um dos seus diários. Ela queria dá-lo a Patrícia que ultimamente era aquela que sempre a apoiava.
- Não chores mana, nós não gostamos de te ver a chorar, e o Zayn também não…- Kevin afirmou triste fazendo Débora dar sorrir tristemente.
- O teu irmão sabe o que diz. – Alice afirmou beijando a testa do filho mais novo – Vá, vamos andando se não chegamos atrasados.
Saíram de casa e depressa Alice conduziu até aos estúdios do programa. Aquilo estava cheio de gente e mal se conseguia andar lá dentro. Aquela noite parecia prometer. Na verdade, prometeria e muito, mas num lado negativo, pelo menos para Débora.
Nos bastidores do programa, One Direction encontrava-se igualmente nervosa. A banda estava um caos, assim como todos os restantes participantes. Todos estavam irritavelmente nervosos e ansiosos, até mesmo aqueles que já haviam atuado.
Zayn estava  prestes a pegar no seu maço de tabaco para ir fumar para a varanda, quando ouviu a sua banda ser chamada.
- One Direction! Vocês são os próximos! – um funcionário do programa alertou para que os cinco jovens se pusessem em posição e se preparassem para entrar no palco e arrasar.
Geneva correu até ao namorado e beijou-o com desespero.
- Boa sorte! – desejou e largou-o.
Zayn estava a entrar em stress, pois nunca antes atuara para tanta gente ou sequer em directo para a televisão. Dentro de poucos segundos o mundo inteiro o iria ouvir.
Débora, Kevin e a sua mãe, encontravam-se sentados juntos à família Malik. A jovem estava ao lado de Patrícia que agarrava a sua mão freneticamente e com toda a força que conseguia.
- Ele vai arrasar. – Patrícia afirmou sem tirar os olhos de cima do palco. Sabiam que ele estava prestos a entrar juntamente com a sua banda.
- Ele arrasa sempre…- Débora respondeu, olhando igualmente para o palco.
- ONE DIRECTION! – os seus corações quase lhes saltaram do peito quando ouviram aquele nome ser pronunciado pelo apresentador do programa e logo a seguir as luzes principais foram apagadas para dar lugar a umas luzes mais ofuscantes que apontava apenas e exclusivamente para o palco. Um pequeno estrondo, a música começou a tocar e logo em seguida, os cinco jovens entraram a cantar “Viva La Vida” de Coldplay.

“I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning I sleep alone
Sweep the streets I used to own

Liam começou a cantar completamente fascinado. E logo após ele, Zayn…Zayn começou a cantar com aquele seu fascinante timbre e com todo aquele sentimento.
I used to roll the dice
Feel the fear in my enemy's eyes
Listen as the crowd would sing
"Now the old king is dead!
Long live the king!"

Débora sentiu-se tão mas tão feliz naquele momento. Estava inteiramente orgulhosa dele. Amava-o tanto, não tinha dúvidas disso. Aquele rapaz significava o mundo para ela, e vê-lo ali, naquele palco a realizar um dos seus maiores sonhos, deixava-a tão feliz, mesmo que fosse por meros minutos.
One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand

Niall cantou e Patrícia encantou. Débora notou um brilhozinho no olhar da amiga ao ouvir aquele loirinho cantar. Ali havia gato e ela queria saber, porém pouco tempo restava para isso.
I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field

Agora, era a vez dos cinco cantarem em conjunto. Débora, assim como a família Malik, estava maravilhada com o seu menino. Ele estava no meio, e ela quase podia jurar que ele brilhava. Era incrível o poder que aquele rapaz tinha sobre ela.
For some reason I can't explain
Once you go there was never
Never an honest word
And that was when I ruled the world (…)
Continuaram a cantar e soavam bem, com algumas pequenas falhas, era normal, ainda era o início, ainda assim soava bem.

For some reason I can't explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world


Liam acabou de cantar e em todo o estudio, gritos de alegria, aplausos e choros de orgulho foram ouvidos. Eles tinham cumprido a missão deles, por aquele dia.
Zayn sentia-se maravilhado com tudo aquilo, com aquela multidão, com aqueles aplausos e sobretudo, Zayn sentia-se maravilhado ao olhar em frente e no meio de toda aquela gente, avistar a sua família e Debs, a sua Debs. Ela estava feliz, ele podia ver isso, ela estava feliz por ele. O jovem acenou para a sua amiga que depressa lhe mandou um beijo no ar que fez o seu estomago dar mil e uma voltas.
A vez dos jurados falarem chegou. Os cinco jovens sentiram-se extremamente nervosos, porém felizes. Todo o conjunto de júris disse que havia sido uma boa performance, nada de perfeito ou algo parecido visto que era a primeira, ainda assim uma maravilhosa performance. Walsh comentara que haviam feito uma ótima escolha de música e ainda disse que eles poderiam vir a ser a próxima grande Boyband do mundo.
Logo após todo aquele grande momento de êxtase, os rapazes agradeceram, e saíram do palco.
Nos bastidores, os outros concorrentes vieram a correr ter com eles para os congratular pela ótima performance. Geneva assim que viu Zayn, correu e abraçou-o.
-Estiveste um máximo! – afirmou a jovem.
-Muito obrigada! Tu também não estiveste nada mal antes de nós! – Zayn afirmou e logo em seguida beijou-a com violência. Não podia de forma alguma negar, Geneva fazia-lhe bem e deixava-o cheio de vida e ela gostava dele. Já para não falar de que a jovem era bonita e o desejo de muitos rapazes. Zayn tinha realmente que deixar-se de pensamentos parvos em relação a Débora e começara a viver a sua vida, com Geneva. Amava Débora, mas como uma irmã claro e não conseguia viver sem ela, porque ela era a sua melhor amiga. – Estou feliz que tenhas aparecido na minha vida! – afirmou contente fazendo Geneva corar e beijá-lo desesperadamente.
O resto das performances passaram a correr e estava finalmente na hora da decisão, quem passaria para a próxima semana e quem ficaria por ali. Todos estavam bastante nervosos e ruídos de medo como era de se esperar. Para sorte de Geneva, a sua banda Belle Amie, passou à semana seguinte fazendo-a pular e gritar de alegria, enquanto os restantes concorrentes ainda roíam as unhas de nervosismo.
Zayn apetecia-lhe imenso fumar um cigarro, um daqueles bem fortes para se acalmar, porém como estava em palco e em directo para a TV, claramente não o podia fazer. Simplesmente olhou em frente e na plateia no meio da imensidão de gente, encontrou um brilho, um ponto, o seu ponto seguro, o seu ponto de abrigo, Debs.
-ONE DIRECTION! – ouviu o nome da sua banda ser pronunciado mas nem se havia apercebido por que razão. Haviam passado para a fase seguinte? Haviam ficado por ali?
Depressa olhou em volta e o viu os seus companheiros a saltarem de alegria para cima uns dos outros. Que emoção, eles haviam passado para a semana seguinte. Onde iriam a seguir? FESTA DE COMEMORAÇÃO!

Débora sentira o seu coração bater mais e mais depressa, ao notar que ele a olhava penetrantemente antes de ouvir o nome da sua banda ser chamado para os classificados para a semana seguinte. Ela não conseguia explicar aquilo que sentia ou o porquê de todos aqueles sentimentos, a única coisa que sabia, era que o seu coração estava prestes a partir-se um pouco mais, aliás, o que restava desse seu órgão vital, estava prestes a desaparecer para sempre.

sábado, 8 de junho de 2013

37º Capítulo


Não! Não! Não, Não, Não e NÃO! Não podia ser! Aquele dia não podia ter simplesmente chegado, não assim, não tão depressa, não tão inesperadamente! Como assim ela iria abandoná-lo em menos de vinte e quatro horas? COMO ASSIM?
Havia-se passado pouco mais de uma semana desde que Zayn e a sua banda voltaram de Espanha e raramente Débora e ele estiveram juntos nesse tempo. Não por causa de Geneva, pelo menos não inteiramente, mas sim porque aquele dia, era o dia do primeiro live show, um grande dia. Mas não só…aquele dia, também era o dia que Débora recebia mais uma grande e terrível noticia.
Naquela manhã a jovem acordara com o som estridente do telefone de casa tocar, algo raro e estranho de acontecer, a não ser que fossem más noticias, ou então o seu pai. Exactamente, o seu pai ligara de Portugal a dizer que a viagem de Débora, Kevin e Alice fora adiantada e se realizaria já no dia seguinte. O coração da jovem estava prestes a saltar-lhe pelo peito, assim como todos os seus órgãos. Aquilo não podia, simplesmente não podia estar a acontecer, não com ela. Aquilo não era justo…a vida não era justa…nunca fora justa com ela.
Após Alice lhe contar aquela temível noticia, Débora gritara, Débora sufocara, Débora chorara, Débora até rira de raiva até correr e mais uma vez se trancar no seu quarto.
Estava perdida, agora sim estava completamente perdida. O que diria ela para Zayn? O que diria ela para Zayn naquele dia tão especial para ele, naquele dia tão importante? Ela não podia simplesmente fazer-lhe aquilo, não naquele dia, não daquela maneira! Mas…mas também, talvez Zayn já nem se importasse mais, talvez Zayn estivesse mais preocupado e ocupado com a sua carreira e com Geneva e talvez nem se importasse, talvez nem fosse sentir a sua falta. Quem sabe até, se talvez aquilo tudo não fosse melhor para ele? Mas e para ela? Ninguém se importava o que seria ou não melhor para ela, tudo parecia estar contra Débora e nada acontecia a seu favor.
Aquela jovem amava-o tanto que chegava a doer. Ele podia até não se importar mais com ela, podia até não lhe telefonar ou contactá-la tanto como antes, mas ele merecia, ele merecia uma explicação, uma justificação para o abandono que ela estava prestes a fazer. Não era justo!
Lavada em lágrimas que a consumiam cada vez mais, Débora agarrou num pedaço de papel, numa caneta e começou a escrever aquilo que sentia.
“ Esperei dias a fios, esperei a tentar acreditar que tudo isto era uma mentira, que nada disto estava prestes a acontecer. Aqui estou eu que nem uma parva, a despedir-me de ti, a despedir-me de ti por uma carta. Irónico, não? Sei que provavelmente nunca mais me vais querer olhar na cara, sei também que fui uma enorme cobarde durante todo este tempo por não te ter dito nada, mas eu não conseguia, eu simplesmente não conseguia encarar o facto que estava prestes a perder-te, que estava prestes a ficar sem ti aquele que sempre mais me apoiou aquele que sempre esteve cá. E agora, agora estou aqui, a escrever-te esta carta com esperanças que tu pelo menos toques nela e sintas o húmido das minhas lágrimas que caiem em força neste momento. Não espero que me vás desculpar, eu própria nunca me desculparia, mas espero que pelo menos tentes compreender que a escolha não foi minha, não me foi dada nenhuma opção. Por fim gostava de finalmente admitir o quanto significas para mim…Sempre me viste como uma irmã e sempre pensaste que eu te via assim mas a verdade é que eu sempre te amei, mas sempre te amei de uma maneira diferente. Sempre senti o meu estomago revirar-se a cada palavra tua, sempre senti a minha cabeça girar em círculos contínuos a cada sorriso teu, sempre me senti uma tola apaixonada a cada movimento teu. Espero que saibas que vou partir, mas vou partir deixando o meu coração para trás, contigo, entregue nas tuas mãos e desfeito em mil pedacinhos. Mesmo estando longe poderás curá-lo um dia. Gostava de te ter dado o mundo mas o mundo nunca seria o suficientemente grande para suportar os meus sentimentos por ti. Quero ainda dizer-te que tudo o que fiz foi por ti, todas as mentiras que disse, ou as verdades que não te contei, foi tudo por ti.
Assim me despeço meu Zayn, meu melhor amigo, meu herói, meu…”irmão”.
Amo-Te!

Beijos da…tua…Debs xx”
E assim, mais uma vez devastada e lavada em lágrimas, Débora terminou de escrever aquela carta que talvez pudesse acabar com Zayn, com o seu mundo.
Estava completamente um vácuo, todo o seu corpo era um corpo vazio, pois a jovem sentia-se sem alma. Em menos de vinte e quatro horas embarcaria para Portugal e deixaria tudo para trás, deixaria Zayn para trás…E Patrícia…Patrícia!
-Oh meu deus! – a jovem exclamou de repente ao lembrar-se de que ainda não havia avisado a amiga de tal mudança de planos. Patrícia sim, essa jovem sim ficaria tão devastada quanto Débora.
A casa dos Malik estava uma tremenda confusão, pois todos andavam de um lado para o outro. Era um grande dia para aquela família. Estavam todos muito nervosos, ansiosos e principalmente orgulhosos daquele jovem que tão bem e ao mesmo tempo tão mal fazia ao pobre coração de Débora.
Patrícia estava a acabar de por a mesa para o almoço, quando o seu telemóvel tocou. Limpou as mãos da loiça molhada e olhou o visor. Débora.
- Hey Debs! Está tudo bem? – A jovem perguntou animada mas assim que não obteve resposta alguma por parte de Débora, logo ficou preocupada – Débora? Debs? Estás ai?
- Pathy…eu…preciso de ti! – a jovem disse soluçando freneticamente deixando Patrícia mais preocupada.
- Débora está a preocupar-me seriamente! O que é que o meu irmão aprontou?
- Não! Ele não fez nada! Na verdade…sou eu que lhe vou fazer…
- Estás a assustar-me Débora! O que vais fazer?
- O meu pai ligou para cá esta manhã…vou ter que ir para Portugal…amanhã de manhã!
Ao ouvir tais palavras, foi como se o cérebro de Patrícia congelasse por breves instantes e o seu coração se apertasse. Como assim ela ia embora tão cedo? E ela? E…e o Zayn?
-Qua…Quando lhe vais contar? – Patrícia perguntou receosa.
-Eu…eu escrevi-lhe uma carta.
-Ele vai ficar a saber que te vais embora…por uma carta? – Patrícia perguntou séria. Não podia negar, naquele momento sentiu repulsa de Débora. Ela não podia fazer aquilo com o seu irmão, não podia mesmo.
- Queres que faça o quê? Que chegue no dia do seu primeiro live show e diga: Olha Zayn era só para dizer que te amo e que bem…em menos de vinte quatro horas me vou embora para Portugal e bem…hum…Para SEMPRE!
Bem, agora que Débora dizia aquilo, Patrícia sentia-se culpada por a ter julgado mentalmente. A jovem tinha razão, não podia estragar aquele dia ao seu irmão, não assim.
- Quando lhe vais dar a carta?
- Talvez esta noite...na after-party logo após o programa, mas peço-lhe que apenas a leia em casa, quando estiver sozinho.
-Aff…ele vai sofrer tanto Debs…- Patrícia não pôde evitar que lágrimas brotassem dos seus olhos.
-Ai Pahty…vou desligar…eu preciso de ficar sozinha…preciso de…pensar. Adoro-te. Beijos, até logo. – afirmou, desligou a chamada e caiu mais uma vez num pranto.
Patrícia não ficou muito diferente, pois para além de Débora ser como uma irmã para ela, o seu irmão gémeo iria sofrer muito e ela não iria aguentar, não iria suportar vê-lo assim, e para sempre sentir-se-ia culpada por sempre ter sabido de tudo e nunca lhe ter dito nada.
Já na X-House, Zayn encontrava-se a preparar-se para a grande noite juntamente com os restantes membros da sua banda. O jovem estava bastante nervoso, ansioso e com medo, medo que algo não corresse bem. Sentia também algo dentro de si que não conseguia explicar. Era um sentimento estranho e preocupante, não era um bom pressentimento, muito pelo contrário. Porém, não achava que fosse algo relacionado com o programa. Seria Débora? Estaria ela a cometer alguma loucura de novo? Estaria ela a magoar-se de novo? Ele pedia com todas as suas forças que não fosse isso. Amava tanto aquela jovem que nem ele sabia explicar. Porém, havia Geneva. Ele gostava dela, gostava muito dela, sentia-se bem com a sua presença e ela fazia-o esquecer de qualquer problema que houvesse à sua volta. Ainda assim, esse sentimento não era o suficiente para o fazer esquecer de Débora, na verdade, nunca nenhum sentimento o faria esquecer-se dela. Zayn sentia-se péssimo por ultimamente mal falar com a sua melhor amiga, sentia-se repugnante por raramente lhe ligar e sabia, ele tinha a certeza que ela se sentia, pois claro que se sentia. Ele sabia o quanto significava para ela e o quanto Débora precisava dele.
-Está tudo bem Malik? – Liam, o seu colega de banda interrompeu-o os seus pensamentos – Estás muito calado.
- Ahm… sim, está tudo bem. Estava só a…pensar. – afirmou confuso.
- Na Débora…- Liam não perguntou, o jovem simplesmente afirmou, deixando Zayn completamente sem jeito.
- C…como?
-Eu não sou parvo e realmente só um cego é que não enxerga isso. Tu gostas dela.
- Claro que gosto, eu Amo-a, ela é como uma irmã para mim.
- Sabes perfeitamente que não é disso que estou a falar. E o sentimento que tens por ele está muito longe de ser como uma irmã. Os teus olhos denunciam tudo quando estás perto dela. Só vos vi perto um do outro naquele dia no aeroporto, mas posso garantir-te que a partir daí se percebeu tudo.
- Não sejas idiota. – Zayn respondeu serio e sem paciência. O jovem não queria ser delicado com o amigo, mas também não achava que ele tivesse algo a ver com a sua vida pessoal ou sobre quem ele gostava ou deixava de gostar. Para além do mais, Débora deixara bem claro naquele dia no hospital que não sentia nada por ele se não um sentimento de irmã, um carinho de melhor amiga.
- Tu lá sabes…mas quem te avisa teu amigo é. Se gostas, corre atrás. Sinceramente, nem sei que fazes com a Geneva, ela é tão…
- Eu Adoro a Gen ok?! E vamos parar por aqui porque eu não me quero chatear contigo Payne! – afirmou num tom de voz elevado e Liam calou-se de imediato.
Zayn sentia-se cada vez mais nervoso e aquele mau pressentimento, aquele nó na garganta, aquele aperto no peito, ficava cada vez mais intenso.
Concentra-te Zayn! Vai correr tudo bem esta noite e nada de mal vai acontecer! É apenas um estúpido pressentimento, nada demais! Pensou para si e logo em seguida voltou a pensar na Débora e nos seus sentimentos. Imbecil! Tu estás com a Geneva e ela faz-te bem! A Débora é a tua melhor amiga, como se fosse uma irmã! Deixou bem claro isso! Esquece-a dessa maneira! Voltou a pensar para consigo e logo em seguida abanou a cabeça numa tentativa frustrada de tirar aqueles pensamentos inúteis da cabeça.


terça-feira, 2 de abril de 2013

36º Capítulo



Os cinco dias que pareceram uma eternidade aos olhos de Débora, haviam finalmente passado e Zayn acabava agora de aterrar em Terra Britânica. Novidades? A banda de Zayn fora um sucesso nas Judges Houses e estavam oficialmente passados para os Live Shows. Agora, o seu melhor amigo seria um fenómeno mundial, Débora não tinha a menor dúvida disso. A jovem esperava o melhor amigo no interior do aeroporto quando o viu a sair de uma porta gigante juntamente com os restantes concorrentes e…de mão dada com Geneva.
Assim que a viu, Zayn largou a mão de Geneva e depressa correu até Débora.
- Não sabia que virias! – Zayn afirmou surpreso abraçando Débora bem apertado.
- Surpresa! – a jovem gritou entusiasmada chorando de felicidade por ter o seu menino junto dela de novo.
- Manas! – Ele falou entusiasmado abraçando todas as irmãs que o esperavam junto com Débora.
- Pronto para ser um grande fenómeno? – Patricia perguntou contente.
- Nem sei! Bem meninas, deixem-me apresentar-vos os meus colegas de banda oficialmente. Rapazes! Cheguem aqui!  - Zayn chamou os seus companheiros de banda que estavam a cumprimentar as suas famílias. – Meninas, estes são os meus novos companheiros Liam Payne, Niall Horan, Louis Tomlinson e Harry Styles. Rapazes, estas são as minhas irmãs Doniya, Waliyha, Safaa e Patícia e esta…- apontou para Débora – é a minha menina, a minha outra…irmã.
- Olá! Muito Prazer! – todos falaram ao mesmo tempo.
- Tenho a sensação de que te conheço de algum lado. – Liam, o mais sorridente e com ar de simpático falou com Débora.
- A mim? -  a jovem perguntou surpresa.
- Sim…penso que sim. Posso estar a confundir-te com alguém, mas ia jurar que a tua cara me é familiar.
- Eu só te reconheço da audição mesmo, aquela do bootcamp…- Débora afirmou.
- Bem, sou capaz de estar a fazer confusão. – o rapaz afirmou pensativo mas logo em seguida, Débora detectou uma expressão de espanto no seu olhar ao vê-lo encarar Geneva por uns segundos.
- É…deve de ser…- Débora respondeu receosa dando um sorriso amarelo. Algo não estava certo naquela história e a jovem sabia, ela sentia que Liam se lembrara de onde a conhecia ao olhar para Geneva, e isso não era bom, não podia ser. Porém, decidiu esquecer o assunto e novamente atirara-se para os braços do melhor amigo que se encontrava ao seu lado sorridente.
- Senti a tua falta. – confessou ao ouvido de Zayn, cujo corpo se arrepiou por completo.
- E eu a tua sua tonta. – afirmou contente beijando a testa da amiga.
Logo após todo aquele momento sensível e carinhoso entre todas as famílias dos concorrentes que chegavam, cada um foi para sua casa descansar. Bem, há excepção de Geneva que a pedido de Zayn o acompanhou até casa para almoçar e passar a tarde com a sua família.
Já Débora, decidiu apanhar um táxi para casa, visto que o carro dos Malik ia cheio .
A jovem sentia-se cada vez mais perdida, cada vez mais perdida no seu interior, cada vez mais perdida em todo o seu mundo.
Em breve Zayn estaria nas paredes de milhares de quartos de raparigas por todo o mundo e ela não seria mais que uma lembrança, uma pequena lembrança má para ele, a lembrança do abandono.
Um lixo, um lixo era o que ela se sentia naquele momento e sempre que se lembrava que iria abandonar aquele que amava e nem a decência de o alertar para tal ela tinha.
-És uma fraca Débora! É isso mesmo que és! Sempre foste e sempre o serás! – murmurou para si própria ao fechar a porta do seu quarto.
Mas ela estava farta, estava cansada de chorar por erros que ela própria cometera e vinha a cometer a cada segundo que se passava. O maior erro de todos, fora o de se ter apaixonado pelo seu melhor amigo. O que é que ela esperava? Que ele ficasse solteiro para sempre? Que ele se declarasse a ela e ficassem juntos e felizes para sempre? Francamente…
Claro que naquele dia no hospital ele estava confuso e tudo o que dissera não passava de um mero impulso de momento por causa daquele beijo caloroso. Claro que ele nunca sentira ou iria sentir por ela nada mais além do carinho e amazida que sentia por ela, aquele carinho de…irmão.
Mais uma vez ela sentia-se completamente ridícula por alguma vez ter sequer pensado numa mínima hipótese dele querer algo mais com ela, dele a querer, quem sabe…namorar.
- QUE RIDICULA! – gritou e bateu com a sua própria cabeça na parede, acabando por fazer um pequeno ferimento na testa.
Ao ouvir um barulho enorme vindo do quarto de sua irmã, Kevin assustado correu para lá entrando de rompante.
-Mana?! Que se passa? Ouvi um baralho enorme e…- Kevin começou e olhou espantado ao deparar-se com a irmã sentada no chão com a mão na cabeça e a rir-se que nem uma desalmada – Ma…Mana? Estás bem? OH meu deus! Estás a sangrar!! Que aconteceu? – perguntou preocupado correndo para junto de Débora.
- Está tudo bem Kev, a mana só tropeçou e bateu com a cabeça na parede, foi por isso que ouviste um baralho. – Débora mentiu, mais uma vez mentiu ao seu pequeno irmão, assim que conseguiu acalmar o riso incontrolável que viera tão espontaneamente e sem razão aparente.
Kevin suspirou de alivio ao saber que a irmã não se aleijar de propósito como já uma vez fizera.
- Isso está feio…Vou chamar a mãe!
- Não Kevin! Deixa estar, isto foi só da pancada, daqui a pouco já passa, eu ponho um pouco de gelo e…
- Mas isso está a deitar muito sangue! – afirmou aflito.
- Já passa, é apenas uma pequena ferida. – a jovem afirmou levantando-se do chão com a ajuda do irmão e dirigindo-se para a casa de banho – volta para o teu quarto Kev, eu já vou tratar disto e fico bem.
O irmão não a contrariou e calado seguiu para o seu quarto. Débora suspirou aliviada por se ter safado de mais uma justificação para a sua mãe de mais uma tristeza. Ultimamente a única coisa que sabia dar a Alice era tristeza, tristeza e desgostos, nada mais além disso. Era uma péssima filha e sabia, sentia isso.
Abriu o armário da casa de banho e retirou um pacote de algodão e o frasco de água oxigenada, o suficiente para desinfectar aquele misero ferimento físico que era nada comparado com todos os ferimentos que sentia interiormente. O seu maior desejo naquele momento, era que aquele pedaço de algodão mergulhado naquele líquido acabassem também com toda aquela dor que carregava dentro de si, era tudo o que mais desejava. Infelizmente, um desejo inútil e impossível.
Assim que aquele estupido curativo estava feito, voltou para o seu quarto onde se trancou por horas, como sempre fazia. Esperou todo o dia por uma chamada ou qualquer outro tipo de contacto por parte do Zayn. Mais uma vez… que ridícula! Mais sabia ela que isso não aconteceria, pois Geneva estava com ele e com a sua família. Ambos estariam com toda a certeza mais do que felizes e Zayn não sentiria nem um pouco a sua falta. Aff…claro que nã sentiria, porque haveria de sentir? Afinal de contas, Geneva era linda e Débora sabia que ela o fazia feliz, o fazia sentir-se bem, do que precisaria ele mais?
Mais uma vez sentiu um aperto no coração e um enorme nó formar-se na sua garganta ao ter aqueles pensamentos e em como o poderia perder para sempre, em como dentro de poucos dias, uma ou duas semanas o perderia…quem sabe, para sempre?

segunda-feira, 1 de abril de 2013

35º Capítulo


      
Agora sim, agora Débora sabia, sentia e tinha a certeza que tudo tinha mudado e que nada voltaria a ser igual. A jovem estava deitada na sua cama, eram duas e meia da manhã e o sono não havia meio de vir. Voltas e mais voltas, era o que ela conseguia fazer. Débora dava voltas e reviravoltas na sua cama tentando fazer com que o sono lhe viesse sem que fosse preciso fechar os olhos, pois cada vez que ela o fazia, aquela imagem, aquele flashback do pior momento daquele dia vinha-lhe à cabeça. Num pulo apressado, a jovem levantou-se da cama e dirigiu-se à sua cómoda retirando logo em seguida o seu diário de dentro da gaveta. Ela sabia, Débora sabia que precisava daquilo naquele momento, precisava daquilo para que mais nenhuma besteira acontecesse. Pegou numa caneta, sentou-se no chão com as costas encostadas na cama e começou a exprimir para aqueles pedaços de papel tudo o que sentia.
“Sou tão burra, sou tão parva por ainda sofrer por isto…por sofrer por algo que mais cedo ou mais tarde eu sabia que viria a acontecer. Mas a verdade é que eu sempre acreditei nas palavras dele, naquele dia…no hospital. Eu sempre pensei, sempre senti que ele estava a falar a verdade e que realmente ele nutria esses sentimentos a mais por mim, sentimentos que também eu carrego comigo por anos. Dói, dói tanto só de pensar que ele agora é oficialmente “dela”, ainda por cima daquele monstro…Pois é querido diário, hoje, dia dez de agosto de dois mil e dez, Zayn oficializou a sua relação com Geneva. Hoje, Zayn ficou oficialmente comprometido. Nunca pensei, nunca pensei que isso realmente pudesse vir a acontecer e ao mesmo tempo…ao mesmo tempo eu sempre temi isso. É tão irónico pensar uma coisa e no momento a seguir sentir outra completamente diferente. Sinto-me péssima, sinto-me só e desprotegida…sinto que fiquei sem ponto de abrigo, sinto que a cada dia perco cada vez mais ligação com ele e isso é tudo o que mais temo. Por outro lado, não tenho o direito de me sentir assim, não quando eu sou uma estúpida cobarde que em menos de um mês irá abandonar aquele que ama e aquele que sempre fez tudo por mim, aquele que sempre pôs tudo e todos para trás para poder cuidar de mim… É verdade…falta menos de um mês para eu ter que ir para Portugal, para eu partir para um lugar completamente desconhecido e abandonar aquele que amo, o meu herói, aquele que dá luz à minha vida…Parece infantil escrever e pensar este tipo de coisas, tendo eu apenas dezasseis anos, mas a verdade é que tudo isto é o que sinto e por mais que eu tente negar, eu não sou feliz, não consigo ser feliz e sinto-me a sofrer mais a cada dia que passa. Não era suposto eu sentir-me assim, não tão nova…Gostava de puder voltar atrás no tempo e talvez mudar algumas coisas em mim…talvez da altura de quando eu sofria bullying por culpa da minha forma física, talvez se tivesse agido de forma diferente para com as pessoas que o cometiam eu fosse diferente…Porém, hoje já não sei de nada, não tenho a certeza de nada a não ser de que o Amo e que partir e deixá-lo para trás será o momento mais difícil de toda a minha vida… Sinto-me cada vez mais fraca que já nem posso mais segurar nesta caneta…”
Sem mais uma vez conseguir controlar as lágrimas, Débora pousou o diário e a caneta no chão e abraçou os seus joelhos deixando que o choro e a dor que sentia no seu peito tomassem conta de si. Era visível aos olhos de qualquer um que olhasse para aquela jovem, que ela sofria, mas também era visível que por mais que ela pensasse o contrário, ela era forte e muito, pois se ela realmente não fosse forte, nunca teria aguentado tudo aquilo que ela aguentava.
Débora tivera com toda a certeza, uns dez minutos naquele sufoco até ouvir a porta do seu quarto ser aberta muito lentamente.
- Mana…- Kevin pronunciou-se baixinho ajoelhando-se ao lado de Débora.
- Já não devias de estar a dormir há muito tempo? – Débora perguntou limpando as lágrimas com a manga do pijama.
- Estás a chorar…- o seu pequeno afirmou ignorando a pergunta dela.
- Não estou nada, foi apenas algo que me entrou no olho.
- Entrou-te algo nos dois olhos? Não mintas…Eu estava a dormir, acordei para ir à casa de banho e ouvi-te a chorar…
- Oh Kev…
- Que se passa contigo mana? Estás sempre triste, a chorar…não és feliz?
Débora realmente não esperava aquela pergunta por parte do seu irmão, não esperava que ele notasse o que estava bem visível aos olhos de todos.
- Responde mana…estou preocupado contigo e a mãe também. Tu não sabes, mas eu já vi a mãe chorar algumas vezes.
- Quando?
- Quase todos os dias…acho que ela sente culpa.
- Culpa do quê?
- De tu não seres feliz…
- Mas quem disse que não sou feliz?
- Ninguém precisa de dizer.
Kevin podia ter apenas oito anos, mas não havia criança mais esperta que aquela.
- Seja como for…ela não tem culpa de nada.
- Ela não acha isso. Eu já me sinto tão triste por te ver chorar e…ver a mãe a chorar também não é nada bom…Tenho saudades de quando erámos todos felizes.
Há quanto tempo é que teria sido isso? Essa fora a pergunta que logo surgira na mente de Débora.
- Vem cá…- Débora pediu entre lágrimas esticando os braços para que o seu irmão a abraçasse e este assim o fez.
Naquele momento, Débora sentiu-se um pouco feliz por sentir que ainda tinha alguém com ela, por sentir que ainda fazia falta a alguém e por saber que ainda valia a pena viver.
- Deixa-me dormir aqui contigo hoje. – Kevin pediu, Débora assentiu e logo em seguida os dois deitaram-se na cama dela tentando cair no sono.
Na manhã seguinte assim que Alice fora ao quarto da sua filha e se deparara com aquela imagem, os seus dois filhos a dormir abraçados um ao outro, não pôde evitar que um pequeno sorriso se formasse no seu rosto.
- Débora…filha. – Alice tentou acordá-la baixinho – Acorda meu amor.
- Bom dia…- ela sussurrou após abrir os olhos e espreguiçar-se cuidadosamente para não acordar o irmão que dormia profundamente.
- Bom dia filha. O Zayn está lá em baixo para se despedir de ti. – Alice afirmou depositando um beijo na testa de Débora.
Pois é, aquele seria o dia em que Zayn viajaria com a sua banda que já tinha um nome, One Direction. A banda viajaria até à casa de Simon em Espanha para então se poderem realizar as tão famosas “Judges Houses”.
Débora levantou-se num ápice e correu para o andar debaixo. Assim que chegou à sala e se deparou com Zayn junto à ombreira da porta, a jovem não hesitou em correr para os seus braços.
- Ansioso? – perguntou após Zayn a pousar no chão e lhe depositar um pequeno beijo na bochecha. A verdade era que desde que Geneva aparecera nas vidas deles, nunca mais haviam dado daqueles pequenos beijos nos lábios.
- Principalmente nervoso…- o jovem afirmou mordendo o lábio, o seu tão famoso tique.
- Pois é…e é a primeira vez que vais andar de avião!
- Verdade, agora ainda fiquei mais nervoso!
- Vou ter saudades tuas…- Débora afirmou querendo de certa forma dar outro sentido àquela frase, um sentido parecido mas para uma altura diferente.
- São apenas quatro, cinco dias. Para a semana já me aturas de novo. – Zayn disse beijando a sua testa carinhosamente – Agora eu realmente preciso de ir Debs.
Ao ouvir aquilo, Débora sentiu um aperto no coração, sentiu algo que sabia que iria sentir em pouco menos de um mês, algo que iria doer muitos mais quando chegasse àquele dia. Zayn ainda nem tinha passado da porta e ela já estava com saudades, imagine-se quando ela tivera que realmente partir.
- Amo-te! – Débora afirmou abraçando-o fortemente.
- E eu a ti! – Zayn afirmou retribuindo o abraço e logo em seguida abandonara a casa da melhor amiga.
De certa forma, aquele “E eu a ti!” doeram ao coração de Débora, pois quando realmente se ama e o sentimento é reciproco, retribui-se com um “E eu Amo-Te a ti” ou um “Eu também Te Amo”.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

34º Capítulo



Quase um mês se havia passado desde o sucedido no Mcdonalds, muita coisa havia acontecido, muita coisa mudara. Ultimamente Zayn e Débora já não passavam tanto tempo juntos, pois ele estava ocupado no bootcamp do X-Factor e quanto tinha um tempo livre, aproveitava-o conversando e desfrutando de Geneva.
Era dia vinte e três de Julho de dois mil e dez, dia da decisão quase final, dia em que saberiam quem passava para as Judges Houses. Débora estava nos estúdios do programa, ela precisava de estar com ele naquele dia, naquele momento.
Era por voltas das sete e meia da tarde quando Débora vi aquele que fazia o seu coração acelerar, a sair pela porta do estúdio principal com a cabeça baixa e os olhos marejados. Ele não precisava de dizer nada, ela já sabia, já sabia o que tinha acontecido. Correu até ele e abraçou-o sem pensar. Sentiu a sua cintura ser envolvida pelos braços quentes do jovem e então a respiração ofegante dele contra o seu pescoço.
- És demasiado bom para eles Malik! – ela afirmou tentando animá-lo, mas em vão.
Após quebrarem o abraço, Débora olhou para o seu lado esquerdo e ao longe avistou Geneva chorosa. Provavelmente também não tinha passado, e ao ver aquela imagem, Débora não sentiu a mínima pena, muito pelo contrário. Ela sentia-se bem por finalmente poder ver Geneva a sofrer como ela a fazia sofrer. Porém, ao contrário de Débora, Zayn quando viu Geneva a chorar apressou-se a ir até ela e abraça-la bem apertado.
Os concorrentes, mesmo aqueles que não haviam passado, não poderiam ir embora, pois os júris estavam a debater e talvez quisessem falar com eles.
Praticamente uma hora se havia passado, uma hora enquanto Zayn e Geneva se confortavam um ao outro, uma hora enquanto Débora assistia a tudo e mais uma vez sofria calada.
- Louis Tomlinson, Harry Styles, Niall Horan, Liam Payne…- um homem da produção chamou fazendo o coração de todos os concorrentes acelerar –Sophie Wardman, Esther Campbell, Rebecca Creighton, Geneva Lane e Zayn Malik! O Júri pede a vossa presença.
Ao ouvir o seu nome, o coração de Zayn acelerou assim como o de Débora que o olhava atentamente a caminhar para o palco junto com os restantes participantes. Zayn estava completamente eufórico, ansioso. Algo lhe dizia que uma boa noticia estava por vir.
Assim que chegaram ao palco, as quatro raparigas juntaram-se num lado, e os cinco rapazes noutro.
- Olá! – Nicole cumprimentou-os – Muito obrigada por voltarem. Julgando pelas vossas caras, eu sei que isto é realmente difícil. Nós pensámos imenso sobre isto e pensamos que cada um de vós é demasiado bom para vos deixar partir. – dez uma pequena pausa enquanto os concorrentes se entreolhavam nervosos – Nós pensamos que seria uma óptima ideia…ter dois grupos.
- Nós decidimos colocar-vos como dois grupos para as Judges Houses!
Ainda nem Simon havia acabado a frase e os concorrentes já gritavam e saltavam contentes para cima uns dos outros.
Zayn mal cabia em si de felicidade, aquilo era um sonho, um sonho tornado realidade. Na verdade, ele nunca pensara que fosse passar, não depois de se ter recusado a dançar perante toda a gente. Por sorte Simon fora espectacular e convencera-o e agora ali estava ele, pronto para se juntar a uma banda.
Abandonaram o palco e voltaram para os bastidores para juntos dos seus acompanhantes.
Assim que viu Zayn chegar com o rosto cheio de alegria, foi inevitável o sorriso que se formou nos lábios de Débora. Ele estava feliz, ela estava ainda mais por ele, por aquele que amava. Zayn correu na sua direcção e sem lhe dar tempo de reagir, pegou nela e rodou-a no ar.
- Passei! Passei para as Judges Houses e estou numa banda! – gritou contente após pousar a sua melhor amiga no chão.
- A sério Zayn?! – perguntou Débora entusiasmada com um enorme brilho nos olhos capaz de ultrapassar o brilho irradiante do sol.
- Sim! Sim! Sim! – ele gritava eufórico sem conseguir controlar o seu entusiasmo. Uma enorme vontade, uma enorme vontade de a beijar acarretava-se por todo o seu corpo. Porém ele não o podia fazer, não ali, não na frente de todos, não sem ela sentir o mesmo que ele. Geneva passou na sua frente e sem pensar, Zayn puxou-a para si e selou os seus lábios intensivamente. Na verdade, ela não era Débora, nunca seria nem nunca se pareceria, mas ela fazia-o sentir-se bem, mesmo que por meros segundos.
Ao ver aquela cena, o coração de Débora doeu, doeu muito, como se acabasse de levar com um tiro bem no meio do seu peito, fazendo aquele órgão vital partir-se em mil bocados. As lágrimas queria sair, queriam sentir-se livres como todas as outras vezes, porém Débora ganhou forças e tentou segurá-las o mais que pôde. Aquele nó no estômago voltava a formar-se e a vontade incontrolável de deitar o pouco que comera para fora, aparecia outra vez.
Deixava-a completamente nauseada vê-lo a beijar Geneva, vê-lo a beijar aquele mostro em forma de gente. Mas para além disso, deixava-a nauseada vê-lo beijar alguém que não fosse ela.
Tentou sair do estúdio e procurou por Patricia que se encontrava fora do recinto com a restante família. O programa permitia apenas um acompanhante por concorrentes dentro do estúdio e Zayn decidira levar Débora, sabia que a faria feliz.
- Então? Como correu? Onde está ele? – toda a família Malik encheu a cabeça de Débora com perguntas.
- Correu…bem. Ele passou. Está lá dentro com a…Geneva. – respondeu por fim, recebendo um olhar de pena por parte de Patrícia.
- Preciso de ir ao quarto de banho, vem comigo Debs! – pediu Patricia agarrando no seu braço e puxando-a para o lado onde se encontravam os banheiros. – Que viste tu?
- Como? – Débora perguntou confusa encarando a amiga.
- Eu sei pela tua cara que estás a segurar as lágrimas que estão mortinhas por se derramar. Sei perfeitamente que viste algo que te deixou assim, algo relacionado com o meu irmão.
-Aff Patricia…- Débora disse, deixando que as lágrimas saíssem por fim. – Há um mês e pouco, quando eu estava no hospital, ele deu a entender que gostava de mim, que queria ficar comigo e agora…
- Mas tu basicamente rejeitaste-o Debs, é normal que ele agora queria divertir-se e viver a vida dele. – Patricia confessou fazendo Débora sentir-se pior.
- Acho que tens razão, mas custa tanto Patricia, custa ver aquele que amo a beijar outra, ainda por cima aquele monstro. – a jovem deixou escapar a última parte sem se dar conta.
- Monstro? Que tens tanto contra a Geneva?
- Nada…Só não gosto dela, tu também não gostas. – Débora tentou recompor a conversa.
- Sim, mas não é por isso que a acho um monstro. Que sabes tu sobre ela que eu não saiba?
- Nada Path, a sério. Foi só uma expressão. – afirmou nervosa.
- Vou fingir que acredito…
Débora e Patrícia mais nada disseram uma a outra, em vez disso, Débora deixou que as lágrimas tomassem conta do ambiente e a amiga logo a reconfortou.

33º Capítulo




Passados cinco minutos a deitar tudo o que comera para fora, Débora puxou o autoclismo, levantou-se e saiu do compartimento sanitário. Caminhou em direcção aos lavabos voltou a olhar-se no espelho. Toda a sua cara em volta da boca estava suja e os seus olhos estavam cansados. Abriu a torneira e passou a cara por água três vezes. Olhou-se ao espelho pela terceira vez e sentiu-se melhor, sentiu-se mais leve com o que acabara de fazer.
Saiu do quarto do banho e dirigiu-se para o local da refeição, mas congelou ao ver aquela imagem bem na sua frente. Era como se estivesse a ter um flashback, um flashback do que acontecera na discoteca há alguns dias atrás.
Assim que Zayn e Geneva partiram um beijo, esta que estava virada de frente para Débora, olhou-a sorrindo vitoriosa. Débora não aguentou mais ficar ali e voltou para a casa de banho com lágrimas a brotarem-lhe nos olhos.
Já o “casal apaixonado” falava alegremente sobre o sucedido.
-Isto começa a ser um vicio. – Geneva afirmou sorridente.
- É bom…- Zayn confesou envergonhado.
- É, eu também acho. Temos que repetir mais vezes.
- Quando tu quiseres. – Geneva disse e ambos caíram na gargalhada.
- Bem, mas…a Debs está a demorar demasiado tempo. Será que lhe aconteceu alguma coisa? – Zayn lembrou-se de repente e perguntou preocupado.
- Não sei…queres que eu vá lá ver dela?
- Se não te importares.
- Claro que não me importo, volto já. – Geneva afirmou e levantou-se da mesa seguindo caminho até ao WC.
Assim que abriu a porta da casa de banho feminina, Geneva deparou-se com Débora a chorar encostada à parede.
- Ele nunca será teu miúda! Aprende duma vez por todas! – Geneva afirmou rindo enquanto se aproximava da jovem – Tens que perceber que alguém como tu nunca conseguirá ter alguém como o Zayn, ele é demasiado bom para ti. És nojenta, não sei como é que ele consegue olhar para a tua cara sem ter vontade de rir ou olhar para o teu corpo sem ter vontade de…vomitar!
Não! Ai não, não e NÃO! Aquilo estava a ser demais! Débora poderia tolerar muita coisa, mas não aquilo, não a maneira como ela falava de Zayn e dos seus sentimentos para consigo.
-Prefiro ser como sou do que andar a vender o corpo! – Débora gritou furiosa virando-se para Geneva.
- Vender o corpo? Vê lá como é que falas comigo…GORDA! – Geneva disse irritada aproximando-se mais dela.
- Mais vale gorda do que sem coração!
- Ahahah! Achas mesmo que o Zayn liga a essa coisa de…coração? Acorda asquerosa! Ele de ti só tem pena! Nada mais e aliás, ele até pode gostar de ti, mas é apenas como uma simples…amiga para quando ele não tem mais nada que fazer! – a cada nova palavra de Geneva, Débora ganhava mais raiva – Eu bem sei o quanto ele está ansioso por me ter, por me tocar, bem mais do que aquilo que viste há pouco…e confesso que também estou bastante ansiosa por…- Geneva não pôde acabar a frase, pois logo em seguida sentiu a sua cara ficar quente com o estalo que acabara de receber por parte de Débora.
- TU NÃO VOLTAS A FALAR ASSIM DO ZAYN! É QUE NÃO VOLTAS MESMO! – Débora gritou com todo o ar que tinha nos seus pulmões após perder todo o controle.
Geneva que ainda possuía uma mão na sua face que receber a estalada de Débora, não disse nada, simplesmente agarrou nos cabelos de Débora com a sua mão livre e com toda a força que tinha, atirou a cabeça da jovem contra a parede fazendo-a perder os sentidos de imediato.
Assustada com o que acabara de fazer e ao ver Débora inconsciente com sangue a escorrer pela cabeça, Geneva saiu da casa de banho a correr.
- Zayn! Zayn! – gritou aflita assim que chegou perto do jovem – A Débora…ela está a sangra e inconsciente na casa de banho!
Ao ouvir tais palavras, Zayn sentiu um enorme aperto no coração e lembrara-se daquilo que a rapariga que amava havia feito consigo própria dias antes. Levantou-se num pulo e depressa correu para a casa de banho feminina.
-Debs! - Zayn gritou preocupado após entrar no WC feminino e encontrar a sua melhor amiga no chão, desacordada e com um pequeno corte na cabeça. Ajoelhou-se a seu lado segurando na cabeça de Debora e colocando-a delicadamente no seu colo - Como é que isto aconteceu?
-Não sei! Quando aqui cheguei ela já estava assim. Eu tentei acorda-la abanando-a e sacudindo-a mas não estava a resultar! - Geneva tentou soar desesperada e em parte ate estava, pois ela não tencionava magoa-la daquela maneira.
-O que e que aconteceu aqui? Precisam de algo? Que chame os paramédicos? - um empregado do estabelecimento apareceu perguntando.
-O corte não e profundo, mas ela não esta a acordar! - Zayn afirmou desesperado, dando leves toques no rosto da jovem.
-Talvez se lhe dermos algo forte a cheirar resulte. Vou ali a cozinha buscar um pouco de vinagre. - o rapaz que la trabalhava afirmou e saiu.
Zayn sentia uma vontade imensa de chorar, de deitar tudo o que sentia ca para fora, porem não conseguia, não em público, não em frente de muita gente. Mas ele sentia-se culpado, sentia-se culpado por aquilo, pois se não tivessem ido comer com Geneva e se Débora não tivesse saído da mesa chateada, talvez nada daquilo acontecesse. Ele sentia-se inútil, sentia-se fracassado por faze-la sofrer, por a magoar.
Assim que o rapaz que lá trabalhava voltou com o vinagre, entregou o frasco a Zayn.
Enquanto segurava a cabeça de Débora no seu colo, ele abriu o frasco devagar e aproximou-o devagar do nariz daquela que amava. Aos poucos Débora foi abrindo os olhos, fazendo Zayn suspirar aliviado.
- Za…Zayn…o que é que aconteceu? – A jovem perguntou confusa pondo a mão na cabeça e sentido a zona da nuca um pouco húmida – estou a sangrar.
- Não te lembras de nada? – Zayn perguntou ajudando-a a levantar-se.
- Não…- ela respondeu olhando para Zayn. Porém, atrás dele encontrava-se Geneva e ao olhar para ela, Débora teve um flashback – Provavelmente foi uma quebra de tenção, desmaiei e bati com a cabeça. – inventou por fim.
- É melhor ires ao hospital. – opinou Geneva fazendo Débora torcer os olhos.
- Não é preciso! – Débora respondeu arrogante.
- Ela tem razão Debs, a cabeça pode precisar de levar pontos. – Zayn concordou abraçando a melhor amiga de lado.
- Já estou melhor Zayn, isto já não…- Débora tentou dizer quando sentiu uma tontura.
- Vês?! Não sejas teimosa, anda lá!
- Não Zayn! Isto já passa, só preciso de ir para casa descansar um pouco e pôr gelo aqui. Isto já nem sangra. – afirmou mostrando a sua mão que acabava de levar à cabeça. Débora estava farta, estava farta de ser vista e tratada como uma coitadinha, como a fraquinha.
- Tudo bem! Se preferes assim! – Zayn deu-se por vencido – Mas eu fico contigo! – afirmou decidido fazendo Débora sorrir e Geneva fervelhar de raiva – Geneva, obrigado por tudo. Depois manda mensagem para combinarmos algo. – despediu-se da rapariga já fora do estabelecimento. Estava confuso, não sabia se havia de lhe dar um beijo na face ou na boca. Chegou o seu rosto perto do dela e sem pensar depositou um beijo no canto da sua boca.
Ao ver tal cena, Débora começou a andar sem sequer se despedir de Geneva. Zayn logo correu atrás dela e quando a alcançou, entrelaçou a sua mão na dela e juntos seguiram em direcção à casa da jovem.