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domingo, 29 de julho de 2012

13º Capítulo


Assim que chegou a casa e abriu a porta, Débora deparou-se com o seu pai sentado no sofá a ver televisão. Ela estava chateada e acima de tudo, magoada com todas as coisas que ele lhe dissera no dia anterior no hospital, então tentou ignorá-lo, mas em vão.
Após dar pela chegada da sua filha, Josh levantou-se imediatamente do sofá e chamou a sua atenção. Desta vez, a sua expressão, não era uma expressão rígida ou zangada, não, a sua expressão, era uma expressão de arrependimento.
- Filha…eu sei que estás magoada comigo, por tudo aquilo que te disse ontem e por tudo aquilo que te tenho dito nos últimos dias, e dou-te toda a razão para assim o estares, mas…eu queria que tu também percebesses o lado do pai, porque tenho andado cheio de problemas e só os quero resolver o mais depressa possível. Sei que te deixa triste o facto de te ires embora e sei o quanto o Zayn significa para ti princesa, mas vai mesmo ter que ser, para o bem de todos nós. O pai já disse que te dava todo o verão para te despedires dele e disto tudo, mas em Setembro, tu a mãe e o mano têm que ir ter comigo a Portugal, está bem? – disse Josh a medo, a medo de ser ignorado pela própria filha que ele havia magoado durante estes dias.
- Eu…eu sei pai e percebo, só que…é difícil, muito difícil ter que deixá-lo pai…- Débora acabou por confessar.
- Eu compreendo, mas vocês continuarão a falar e ele pode sempre ir visitar-nos e tu poderás vir cá, quando estivermos melhor financeiramente.
- As coisas não são assim tão fáceis pai.
- Isso sei eu princesa, mas por vezes, temos que pensar que são, para não nos magoar-mos.
- Verdade…
- E olha Débora…mais uma vez, desculpa o pai, desculpa-me por tudo isto…
- Estás mais que desculpado pai. – Débora afirmou sorrindo.
Josh dirigiu-se a ela e envolveu-a num abraço apertado.
Alice assistia aquela cena emocionada, era fascinante ver duas das pessoas que mais amava assim.
Após quebrarem o abraço, Josh deu um beijo na testa da sua filha e foi cumprimentar Alice.
Débora tinha saudades do seu pequenino, do seu Kevin, outro dos 3 homens da sua vida. Subiu as escadas devagar, devido ao sono que sentia por causa da medicação, e dirigiu-se para o quarto do seu irmão.
Aproximou-se da porta que estava aberta, espreitou silenciosamente. Kevin estava sentado no chão a brincar com os seus carrinhos. Débora bateu à porta levemente.
Kevin virou-se de repente e após se deparar com a irmã ali, levantou-se num ápice, correu até ela e saltou para o seu colo. Débora tinha poucas forças para o conseguir segurar, mas era o seu menino, o seu pequenino, ela tinha que fazer um esforço.
- Manaaaaaaaaaaa! – gritou Kevin contente – Voltaste!
- Voltei! – respondeu sorrindo e pousando-o no chão, para além de não ter muitas forças, Kevin já tinha 8 anos e não pesava pouco.
- Tive medo mana…- disse Kevin encarando o chão.
- Medo do quê Kevin?
- Medo que tu…morresses…- confessou enquanto pequenas lágrimas começavam a brotar dos seus olhos.
- Oh meu doido, anda cá – baixou-se à altura dele e puxou-o para um abraço apertado -  a mana está óptima, foram só uns cortes, já passou.
- Eu sei, mas eu tive tanto medo…- apertou o abraço.
- Gosto tanto de ti Kevin. – disse beijando a sua testa.
- E eu de ti mana. – afirmou e quebraram o abraço.
Após quebrarem o abraço, Kevin voltou a brincar e Débora foi para o seu quarto.
Assim que Zayn chegou a casa, encontrou a sua mãe a dormir deitada no sofá. Provavelmente, havia ficado a ver televisão até tarde na noite anterior e deixara-se dormir. Dirigiu-se ao sofá e depositou um leve beijo na sua testa sem a querer acordar.
Subiu para o seu quarto silenciosamente, provavelmente estariam todos a dormir ainda, visto que o seu pai só trabalhava à tarde e as suas irmãs estavam de férias.
Zayn sentia-se tão confuso, não em relação ao que sentia, pois isso tinha todas as certezas possíveis de que estava completamente apaixonado por ela, mas estava confuso em relação ao porquê, ao porquê de sentir aquilo… Abriu a gaveta da mesinha de cabeceira, pegou no isqueiro e no maço de tabaco que não mexia há semanas e dirigiu-se para a varanda.
Faziam semanas que Zayn não fumava, pois não sentia necessidade disso, apenas quando estava nervoso, ansioso por algo. Esta, era uma ocasião para tal. Débora que sempre tentara impedi-lo de fumar, era agora a razão pela qual ele pegava no isqueiro e acendia um cigarro.
Há algumas semanas atrás, quando fechava os olhos, Zayn não via nada, apenas um vazio no meio de nenhures, mas agora, agora sempre que as suas pálpebras se fechavam, ele via uma imagem, uma imagem que tão bem conhecia, a imagem dela, aquela que ele começava agora a amar de maneira diferente.
Débora, encarava o tecto do seu quarto, enquanto permanecia deitada na sua cama de barriga para cima. Perguntava-se, porque razão ela e Zayn não trocavam mais aqueles pequenos beijos, porque razão os seus lábios não se tocavam como antes, em apenas 1 segundo, para simbolizar aquela tão maravilhosa amizade. A verdade, era que desde aquele primeiro verdadeiro beijo, desde aquele primeiro toque de línguas, desde aquela primeira vez que ambos sentiram os seus corpos fervilhar com o toque um do outro, desde esse dia, que nada entre eles havia sido igual, por mais que eles quisessem ignorar esse facto, essa era a verdade. Ambos se amavam, amavam-se muito mais do que como irmãos, mas nenhum tinha coragem suficiente para admitir isso.

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