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domingo, 29 de julho de 2012

2º Capítulo


Após o seu duche tomado, Zayn saiu da casa de banho, apenas com uma toalha em volta da cintura e dirigiu-se para o quarto.
- Então, comeste tudo? – perguntou assim que entrou e viu que Débora estava sentada na sua cama e a fazer zapping com o comando da televisão.
- Sim…ai que porcaria, não está a dar nada de jeito na televisão…- reclamou.
- Está muito refilona a menina, hoje. – Zayn brincou sentando-se ao seu lado.
- É isso mesmo. Olha…vamos sair?
- Sair para onde? – Zayn perguntou surpreendido e apontou para a janela do seu quarto – já viste o tempo que está lá fora?
- Então, podemos ir ao shopping ou assim…vá lá Malik, preciso de me distrair. – fez beicinho.
- Mas Debs, os teus pais, a tua mãe deve de estar preocupada contigo. – disse-lhe enquanto passava a sua mão pelo rosto dela.
- Ela deve de calcular que estou aqui…estou sempre. – fechou os olhos ao sentir o carinho do amigo.
- Tudo bem, mas é melhor dizeres-lhe algo amor. Também, não vais poder evitá-los para sempre.
- Sim, eu sei “papá”. Pronto eu mando-lhe uma mensagem se for preciso para parares de me chatear com isso e irmos ao shopping!
- Telefona-lhe! JÁ! – Zayn falou com autoridade na voz e atirou-lhe o telefone  com força que sem querer lhe foi bater na cara.
- Ai! Que bruto!!! – queixou-se após ter levado com o dispositivo móvel na cara e levou a mão ao olho.
- Desculpa! Desculpa foi sem querer amor! – Zayn falou preocupado e aproximou-se do seu rosto para ver o “estrago “ que tinha feito – sou mesmo um idiota! – lentamente levou a sua mão ao rosto da amiga e tocou-o com delicadeza.
- Auch! Dói! Dói! Pára não toques! – Débora falou aflita.
- Desculpa Debs, a sério, eu só estava preocupado contigo, e a tua mãe com certeza também está por isso queria que lhe ligasses. Não queria ser bruto. – Zayn tentava desculpar-se e falava aflito. Ele odiava que magoassem a Débora fosse verbalmente ou fisicamente e quando era ele a fazê-lo odiava-se por isso.
- Está tudo bem Malik, eu vou ligar-lhe!
- Mas não é isso. Viste o que eu te fiz? Aleijei-te a sério!
-Deixa de ser parvo, isto já passa! – disse-lhe brincalhona, mas quando olhou para ele, viu que os seus olhos brilhavam de preocupação – oh vá lá Zaynny, está tudo bem, a culpa não foi tua, foi sem querer. Não vais chorar pois não? – fez-lhe uma festa no rosto.
- Não, achas? Mas, é só que…fogo odeio magoar-te! Sinto-me um idiota, um imbecil, um porco, um estúpido um…- se Débora não o interrompe-se ele provavelmente continuaria a insultar-se a si próprio.
- Um…nada! Cala a boca e deixa-me ligar à minha mãe. – pegou no telefone e discou o número da mãe – Está a chamar – disse-lhe enquanto Zayn a olhava com um ar esperançoso e a dar-lhe força interiormente – Estou? Mãe? Sou eu. Sim, está tudo bem comigo. Eu estou óptima mãe. Não, não preciso de nada. Estou na casa do Zayn, vamos ao shopping e se me apetecer logo volto para casa – Zayn olhou-a com ar de repreensão – Sim…sim está bem, logo conversamos, até logo e mande beijos ao mano. Adeus! – dito isto, desligou o telefone.
- És uma querida, não haja dúvida. – Zayn disse irónico.
- Não, a sério Zayn…Estou sem paciência para falar dessas coisas, vamos mas é sair.
- Não, a sério digo eu Débora. A tua mãe com certeza não tem culpa do que está acontecer, quem se embebedou foi o teu pai e não ela! – ele foi directo, directo demais a ponto de magoar os sentimentos de Débora, ele sabia que o estava a fazer, mas ele tinha razão, afinal de contas ela tinha sido bruta e indelicada a falar com a mãe, quando a culpa era do seu pai. Mas, estas coisas acontecem sempre assim, as pessoas descarregam sempre em quem não devem.
- Tudo bem…agora vais julgar-me, é isso? Ok, vou-me embora então! – Débora falou irritada.
- Não, desculpa! Agora estás a armar-te em vitima? Tudo bem, admito que fui demasiado bruto e directo com o que disse, mas eu tenho razão e tu sabes disso. E viste, se nem assim te consegui fazer abrir os olhos achas que se fosse meigo conseguiria?
- Sim, eu sei! Eu sei que tens razão! Tens toda a razão! Mas caramba, eu estou com medo! Estou aterrorizada! E se os meus pais se divorciam? O que vai ser de mim e do meu irmão?! Vai ser um inferno!! – não se conseguiu controlar e as lágrimas vieram à tona. Zayn rapidamente a envolveu num abraço apertado.
- Pronto, pronto! Shhhh está tudo bem amor, tudo vai ficar bem, tenho a certeza! – puxou-a para o seu colo, fazendo-a encostar a cabeça no seu peito e em seguida beijou-lhe a testa. – Vá lá, não gosto nada de te ver assim princesa – levantou-lhe o rosto do seu peito e com as pontas dos dedos limpou-lhe as lágrimas que caiam pelo seu rosto.
E assim permaneceram os dois, em silêncio e Débora no colo de Zayn por uns bons minutos. Ao mesmo tempo que sabia que tinha razão, Zayn sentia-se repeso por ter falado com ela daquela maneira, odiava fazê-la chorar, odiava ver os seus olhos marejarem. Mas, a verdade era que ele tinha razão, e os amigos também servem para isso, para nos fazerem abrir os olhos quando estamos errados.
- Vá, agora vai despachar-te para irmos ao shopping, antes que o tempo piore. Vou lá a baixo perguntar à minha mãe se nos leva. – Zayn quebrou o silêncio, levantou a cabeça de Débora do seu colo, e em seguida depositou um leve beijo na sua testa.
- Tudo bem. Mas, não sei o que vou vestir, a minha roupa de ontem ainda deve de estar ensopada, não?
- Claro. Aliás, a minha mãe pôs as tuas roupas para lavar. Mas não há problema, eu peço à Patrícia que te empreste umas calças e podes vestir uma das minhas hoodies, não é a primeira vez.
-Tudo bem, se ela não se importar.
- Claro que não. Anda comigo. – Agarrou na mão de Débora e puxou-a até ao quarto de Patrícia, uma das suas irmãs.
Patrícia, ou Pathy como a maior parte a chamava, era irmã gémea de Zayn, ou seja, tal como ele tinha 17 anos. Mas, na verdade, eram os dois bem diferentes, em termos físicos e psicológicos. Ainda assim, tinham uma coisa em comum, ambos eram portadores de uma enorme beleza.
Zayn bateu à porta do quarto da irmã e quando ela deu permissão, ele abriu a porta.
- Pathy, emprestas umas leggins à Debby? – perguntou à irmã.
- Claro. Bom dia Debby, não sabia que estavas cá. – disse Patricia animada enquanto cumprimentava a amiga do irmão.
- Ela dormiu cá. – disse Zayn – Olha, nós vamos ao shopping, queres vir?
- A mãe leva-nos?
- Claro, ou achas que íamos a pé com este tempo?
- Pois, realmente…está bem, eu vou.
- Tudo bem. Vá, eu vou para o meu quarto, enquanto as meninas se vestem à vontade.
Zayn saiu do quarto da irmã fechando a porta, deixando assim aquelas duas raparigas tão importantes para ele vestirem-se à vontade.
Patrícia procurou na sua gaveta umas leggins para emprestar a Debby  e quando as encontrou, entregou-lhas.
- Dormiste cá…mas eu ontem não te vi chegar. – Patricia estranhou.
- Pois, é normal. Eu cheguei eram duas e tal da manhã…
- Ah, problemas?
- Como sempre.
- Vais ver que vai correr tudo bem.
- Espero que sim.
E ali se instalou um momento de silêncio, enquanto ambas se vestiam.
Quando Débora acabou de vestir as leggins que Patrícia lhe emprestara, dirigiu-se para o quarto de Zayn.
- Tens ai essa T-shirt minha mais aquele casaco que tu tanto adoras. – Zayn disse apontando para cima da sua cama, quando a amiga entrou.
- Oh, aquele casaco super quentinho e fofo.
Débora fechou a porta do quarto do amigo, despiu a camisola também do Zayn, que tinha vestida, pouso-a em cima da cadeira e dirigiu-se até à cama.
- Debby…tu tens comido alguma coisa de jeito? – Zayn perguntou olhando desconfiado para o tronco da amiga, apenas protegido pelo seu soutien.
- Ahm, sim! Claro, porque perguntas isso? – respondeu atrapalhada depois de ter engolido em seco e logo se apressou a pegar na T-shirt de Zayn e vesti-la.
- Débora, olha para mim – Zayn pediu-lhe agarrando delicadamente no rosto – Olha-me nos olhos e diz-me que andas a comer como deve de ser.
- Ando a comer como deve de ser. – respondeu-lhe receosa olhando nos seus olhos.
- Mentira Débora! A sério…o que é que tu andas a fazer…porque dieta não é, sei perfeitamente.
- Aff, Zayn a sério deixa de ser parvo…
- Não, Débora! Tu é que tens que deixar de ser parva! Tu achas que eu sou burro? Responde, a sério! Eu sei perfeitamente que tu não andas a comer.
-Não sejas estúpido, ainda há um bocado me viste a comer.
- Obrigado, porque eu estava aqui…
- Eu como Zayn! Caramba, é sempre a mesma conversa!
- Não Debby, não é sempre a mesma conversa! Olha…a tua mãe ligou-me há alguns dias, ela está preocupada contigo. Ela disse-me, ela disse-me que tu não tens andado a comer nada de jeito e que das vezes em que comes te trancas na casa da banho durante muito tempo. Não tens como negar que não se passa nada contigo, porque…Debs, o que é que tu andas a fazer contigo própria? – perguntou-lhe baixando a cabeça e retirando as mãos do rosto dela.
Débora não respondeu, em vez disso, continuou a olhá-lo, a olhá-lo assustada e lágrimas começaram a formar-se nos seus olhos.
Numa atitude brusca e repentina ela agarrou nos seus ténis e correu para fora do quarto.
Zayn assustou-se com a sua atitude precipitada, mas sem perder tempo correu atrás dela.
Quando Débora já se encontrava na sala perto das escadas, ele conseguiu alcança-la agarrando no seu braço direito fazendo os ténis que ela tinha nas mãos caírem ao chão e puxando-a para si.
O puxão foi de tal maneira forte e repentino, que as suas testas ficaram coladas e os narizes e bocas a milímetros de distância. Ambos conseguiam ouvir e sentir na sua pele, a respiração de cada um.

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