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terça-feira, 2 de abril de 2013

36º Capítulo



Os cinco dias que pareceram uma eternidade aos olhos de Débora, haviam finalmente passado e Zayn acabava agora de aterrar em Terra Britânica. Novidades? A banda de Zayn fora um sucesso nas Judges Houses e estavam oficialmente passados para os Live Shows. Agora, o seu melhor amigo seria um fenómeno mundial, Débora não tinha a menor dúvida disso. A jovem esperava o melhor amigo no interior do aeroporto quando o viu a sair de uma porta gigante juntamente com os restantes concorrentes e…de mão dada com Geneva.
Assim que a viu, Zayn largou a mão de Geneva e depressa correu até Débora.
- Não sabia que virias! – Zayn afirmou surpreso abraçando Débora bem apertado.
- Surpresa! – a jovem gritou entusiasmada chorando de felicidade por ter o seu menino junto dela de novo.
- Manas! – Ele falou entusiasmado abraçando todas as irmãs que o esperavam junto com Débora.
- Pronto para ser um grande fenómeno? – Patricia perguntou contente.
- Nem sei! Bem meninas, deixem-me apresentar-vos os meus colegas de banda oficialmente. Rapazes! Cheguem aqui!  - Zayn chamou os seus companheiros de banda que estavam a cumprimentar as suas famílias. – Meninas, estes são os meus novos companheiros Liam Payne, Niall Horan, Louis Tomlinson e Harry Styles. Rapazes, estas são as minhas irmãs Doniya, Waliyha, Safaa e Patícia e esta…- apontou para Débora – é a minha menina, a minha outra…irmã.
- Olá! Muito Prazer! – todos falaram ao mesmo tempo.
- Tenho a sensação de que te conheço de algum lado. – Liam, o mais sorridente e com ar de simpático falou com Débora.
- A mim? -  a jovem perguntou surpresa.
- Sim…penso que sim. Posso estar a confundir-te com alguém, mas ia jurar que a tua cara me é familiar.
- Eu só te reconheço da audição mesmo, aquela do bootcamp…- Débora afirmou.
- Bem, sou capaz de estar a fazer confusão. – o rapaz afirmou pensativo mas logo em seguida, Débora detectou uma expressão de espanto no seu olhar ao vê-lo encarar Geneva por uns segundos.
- É…deve de ser…- Débora respondeu receosa dando um sorriso amarelo. Algo não estava certo naquela história e a jovem sabia, ela sentia que Liam se lembrara de onde a conhecia ao olhar para Geneva, e isso não era bom, não podia ser. Porém, decidiu esquecer o assunto e novamente atirara-se para os braços do melhor amigo que se encontrava ao seu lado sorridente.
- Senti a tua falta. – confessou ao ouvido de Zayn, cujo corpo se arrepiou por completo.
- E eu a tua sua tonta. – afirmou contente beijando a testa da amiga.
Logo após todo aquele momento sensível e carinhoso entre todas as famílias dos concorrentes que chegavam, cada um foi para sua casa descansar. Bem, há excepção de Geneva que a pedido de Zayn o acompanhou até casa para almoçar e passar a tarde com a sua família.
Já Débora, decidiu apanhar um táxi para casa, visto que o carro dos Malik ia cheio .
A jovem sentia-se cada vez mais perdida, cada vez mais perdida no seu interior, cada vez mais perdida em todo o seu mundo.
Em breve Zayn estaria nas paredes de milhares de quartos de raparigas por todo o mundo e ela não seria mais que uma lembrança, uma pequena lembrança má para ele, a lembrança do abandono.
Um lixo, um lixo era o que ela se sentia naquele momento e sempre que se lembrava que iria abandonar aquele que amava e nem a decência de o alertar para tal ela tinha.
-És uma fraca Débora! É isso mesmo que és! Sempre foste e sempre o serás! – murmurou para si própria ao fechar a porta do seu quarto.
Mas ela estava farta, estava cansada de chorar por erros que ela própria cometera e vinha a cometer a cada segundo que se passava. O maior erro de todos, fora o de se ter apaixonado pelo seu melhor amigo. O que é que ela esperava? Que ele ficasse solteiro para sempre? Que ele se declarasse a ela e ficassem juntos e felizes para sempre? Francamente…
Claro que naquele dia no hospital ele estava confuso e tudo o que dissera não passava de um mero impulso de momento por causa daquele beijo caloroso. Claro que ele nunca sentira ou iria sentir por ela nada mais além do carinho e amazida que sentia por ela, aquele carinho de…irmão.
Mais uma vez ela sentia-se completamente ridícula por alguma vez ter sequer pensado numa mínima hipótese dele querer algo mais com ela, dele a querer, quem sabe…namorar.
- QUE RIDICULA! – gritou e bateu com a sua própria cabeça na parede, acabando por fazer um pequeno ferimento na testa.
Ao ouvir um barulho enorme vindo do quarto de sua irmã, Kevin assustado correu para lá entrando de rompante.
-Mana?! Que se passa? Ouvi um baralho enorme e…- Kevin começou e olhou espantado ao deparar-se com a irmã sentada no chão com a mão na cabeça e a rir-se que nem uma desalmada – Ma…Mana? Estás bem? OH meu deus! Estás a sangrar!! Que aconteceu? – perguntou preocupado correndo para junto de Débora.
- Está tudo bem Kev, a mana só tropeçou e bateu com a cabeça na parede, foi por isso que ouviste um baralho. – Débora mentiu, mais uma vez mentiu ao seu pequeno irmão, assim que conseguiu acalmar o riso incontrolável que viera tão espontaneamente e sem razão aparente.
Kevin suspirou de alivio ao saber que a irmã não se aleijar de propósito como já uma vez fizera.
- Isso está feio…Vou chamar a mãe!
- Não Kevin! Deixa estar, isto foi só da pancada, daqui a pouco já passa, eu ponho um pouco de gelo e…
- Mas isso está a deitar muito sangue! – afirmou aflito.
- Já passa, é apenas uma pequena ferida. – a jovem afirmou levantando-se do chão com a ajuda do irmão e dirigindo-se para a casa de banho – volta para o teu quarto Kev, eu já vou tratar disto e fico bem.
O irmão não a contrariou e calado seguiu para o seu quarto. Débora suspirou aliviada por se ter safado de mais uma justificação para a sua mãe de mais uma tristeza. Ultimamente a única coisa que sabia dar a Alice era tristeza, tristeza e desgostos, nada mais além disso. Era uma péssima filha e sabia, sentia isso.
Abriu o armário da casa de banho e retirou um pacote de algodão e o frasco de água oxigenada, o suficiente para desinfectar aquele misero ferimento físico que era nada comparado com todos os ferimentos que sentia interiormente. O seu maior desejo naquele momento, era que aquele pedaço de algodão mergulhado naquele líquido acabassem também com toda aquela dor que carregava dentro de si, era tudo o que mais desejava. Infelizmente, um desejo inútil e impossível.
Assim que aquele estupido curativo estava feito, voltou para o seu quarto onde se trancou por horas, como sempre fazia. Esperou todo o dia por uma chamada ou qualquer outro tipo de contacto por parte do Zayn. Mais uma vez… que ridícula! Mais sabia ela que isso não aconteceria, pois Geneva estava com ele e com a sua família. Ambos estariam com toda a certeza mais do que felizes e Zayn não sentiria nem um pouco a sua falta. Aff…claro que nã sentiria, porque haveria de sentir? Afinal de contas, Geneva era linda e Débora sabia que ela o fazia feliz, o fazia sentir-se bem, do que precisaria ele mais?
Mais uma vez sentiu um aperto no coração e um enorme nó formar-se na sua garganta ao ter aqueles pensamentos e em como o poderia perder para sempre, em como dentro de poucos dias, uma ou duas semanas o perderia…quem sabe, para sempre?

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