expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

sábado, 25 de agosto de 2012

22º Capítulo



Logo após chegar perto da família e ainda com a sua mão agarrada à de Geneva, Zayn deu pela falta de Débora.
- Onde está a Debs? – perguntou olhando à sua volta para ver se a via.
- Foi à casa de banho. – respondeu Trisha calmamente – E tu filho, onde te meteste?
- Fui dar uma volta. Bem, mãe, manas, esta é a Geneva, uma rapariga que conheci há poucos minutos. Geneva, esta é a minha mãe, e as minhas quatro irmãs. – Zayn disse e em seguida apontou para Patricia -  esta doida aqui é a minha gémea.
- Realmente vocês são super parecidos. – Geneva constatou.
Após as apresentações feitas, Zayn apercebeu-se que a sua mão ainda estava bem colada à de Geneva e num gesto embaraçoso descolou-a fazendo com que Geneva cora-se.
- A Débora está a demorar imenso tempo, é melhor alguém ir ver dela, não vá ter-se perdido por ai. – afirmou Trisha.
- Eu vou! – ao contrário do que era esperado, foi Patricia quem se pronunciou e não Zayn.
- Vais filha? – perguntou-lhe Trisha olhando de seguida desconfiada para Zayn que conversava animado com Geneva.
Patricia partiu-se-lhe o coração ao ver aquela cena. Para muitos podia não ser nada demais, mas para ela, que sabia agora toda a história de Débora, era muito e estava com o coração apertadíssimo. Era como se ao conhecer aquela rapariga, Zayn tivesse deixado de pensar em Débora, tivesse deixado de se importar. Mas, não podia ser, afinal de contas eles conheciam-se apenas há alguns minutos, ele estava simplesmente a tentar relaxar.
- Vá lá Patricia, estás só a fazer filmes, só a fazer filmes. – Patricia disse mentalmente e seguiu caminho à procura de Débora.
No WC feminino daquele estabelecimento, encontrava-se uma Débora devastada, perdida, a morrer por dentro. Encontrava-se uma Débora sentada no chão, trancada num compartimento a chorar, um choro que parecia não ter fim.
Enquanto a sua cara se encontrava escondida entre os joelhos, as mãos puxavam os seus cabelos com força enquanto fortes lágrimas brotavam dos seus olhos e aquelas palavras cruéis ecoavam na sua mente.
***
Assim que chegou à casa de banho e abriu a porta, Débora constatou que todos os compartimentos se encontravam ocupados. Decidiu então esperar que houvesse alguma vaga. Passados poucos segundos, a porta do compartimento em que Débora se encontrava encostada, abriu-se batendo nela com toda a força.
- Auch! – Débora gritou de dor agarrando no seu nariz.
- Ninguém te mandou meteres-te à frente da porta…GORDA! – a rapariga que acabara de lhe dar com a porta na cara afirmou ao olhar Débora dos pés à cabeça e dirigiu-se para o lavatório.
Débora olhou-a perplexa sem querer acreditar no que acabara de ouvir.
- Mas olha lá…tu estás a olhar para onde seu monstro?! – a rapariga perguntou notoriamente enraivecida virando-se para Débora – Pessoas como tu não deviam de existir! Desaparece  criatura! – disse pela ultima vez atirando com a agua que ainda tinha em mãos para a cara de Débora e saiu.
Após ouvir todas aquelas afirmações, todos aqueles insultos, Debora ficara sem reacção, Débora ficara pura e simplesmente surpreendida a olhar para a porta. Ao longo dos segundos, foi descendo à terra e assim que se apercebiu do que tudo o que ouvira era verdade, não pôde evitar que uma lágrima brotasse dos seus olhos. Logo após essa primeira lágrima, veio outra, e outra e muitas mais chegavam sem parecer haver qualquer tipo de fim para aquele sentimento, para aquela dor horrível que Débora sentia no seu peito.
***
Débora continuava ali, sentada no chão, a chorar agarrada aos seus joelhos que com certeza já estariam cheios de marcas de tanto que ela os apertava. O seu choro acalmou, quando lhe pareceu ouvir uma voz conhecida.
- Debs? Debby? Estás aqui? – Patricia perguntou ao entrar no WC – Debs?!
Débora não respondeu, em vez disso, deixou que o seu choro fala-se por si e não conseguiu conter os soluços que há muito pediam por vir.
- Débora? És tu? – Patrícia perguntou preocupada aproximando-se da porta do compartimento onde Débora se encontrava.
Não foi preciso qualquer tipo de resposta para que Patricia percebesse que aquele choro, era daquela a quem o coração do seu irmão pertencia.
Sem fazer qualquer pergunta, Patrícia sentou-se encostada à porta do lado de fora e estendeu a mão para a parte de dentro, para que Débora a agarrasse. Sem hesitar, Débora assim o fez.
Passados uns bons cinco minutos de silêncio, Débora largou a mão de Patricia, acalmou o choro o quanto conseguiu, levantou-se e abriu a porta. Assim que encontrou Patricia à sua frente, imediatamente se atirou para cima dela num abraço profundo. Um abraço, um abraço apertado era tudo o que ela precisava naquele momento.
- Não sei o que possas ter visto, ou o que possa ter acontecido, mas só quero que saibas que para qualquer coisa, eu estaria aqui, para qualquer coisa. – Patricia afirmou ainda abraçada a Débora, dando enfâse à penúltima palavra.
Débora ficara desconfiada com a afirmação dela, desconfiada e confusão. Patricia com toda a certeza não assistira àquela cena na casa de banho, então, do que estaria ela a falar?
Após um longo e apertado abraço, as lágrimas que pareciam não ter fim, secaram e Débora esfregou o rosto com as mãos. Olhou-se ao espelho, estava realmente num estado lastimável. Passou a cara por água para disfarçar o inchaço, agarrou na mão de Patricia e saíram dali.
Assim que chegaram perto de Zayn e das restantes Malik, tal não foi o espanto de Débora, ao ver aquela imagem bem na sua frente.

7 comentários: